Pedro era o futuro rei de Portugal, filho de D. Afonso IV, o rei. Como é de praxe nas famílias reais, casamento é questão política, não romântica. Logo, ele foi obrigado a se casar com Constança Emanuel, uma nobre castelhana. Tamanha era a vontade de Pedro se casar que a primeira cerimônia de casamento dos dois foi feita por procuração, no Convento de São Francisco, em Évora. Isso, claro, gerou um conflito e três anos depois os noivos celebraram o casamento em Lisboa.
Entre as damas de companhia de Constança estava Inês de Castro, filha de um poderoso fidalgo galego. O príncipe se apaixonou pela aia e ela correspondeu o sentimento. Assim, os dois iniciaram um romance nada discreto que chocou toda a corte. Além disso, o Rei, não estava nada satisfeito com a proximidade e influência dos dois irmãos galegos de Inês sob o príncipe, que atrapalhava muito as relações diplomáticas. Por fim, o Rei cansou do falatório e exilou Inês de Castro em Albuquerque, na fronteira da Espanha.
Porém, Constança morreu um ano depois, ao dar à luz ao segundo filho. Pedro mandou trazer Inês de Castro de volta, para a revolta do Rei. Inês teve quatro filhos de Pedro, que se recusava a se casar com outra nobre, sob o pretexto de que ainda sofria com a morte da esposa, Constança.
O filhos ilegítimos de Inês eram claramente uma ameaça ao herdeiro legítimo ao trono. Corria na boca pequena o boato de que a família Castro conspirava para assassiná-lo. Então, o Rei D. Afonso IV, cedeu à pressão dos fidalgos portugueses e mandou matar Inês de Castro.
Quando Pedro descobriu o que seu pai fez, entrou num conflito armado que durou meses, até que a intervenção da Rainha selou a paz entre os dois. Dois anos depois, D. Afonso IV morreu e D. Pedro I foi coroado como o rei de Portugal.
D. Pedro I mandou matar os homens que mataram sua amada e também afirmou que havia se casado secretamente com Inês de Castro. A palavra do capelão e o do criado selaram a legalidade do casamento, o que significava que D. Inês era uma rainha póstuma e deveria ser tratada como tal.
O novo Rei mandou construir túmulos magníficos, com as sepulturas uma de frente para outra, de forma que, quando despertassem para o dia do juízo final, pudessem se olhar frente a frente.
Os Lusíadas:
Egas Moniz
Neste episódio conta-se a história do aio de D. Afonso Henriques. Tendo dado a sua palavra ao rei de Castela que o soberano português lhe prestaria vassalagem, conseguiu o levantamento do cerco castelhano a Guimarães. Mas como D. Afonso Henriques se recusou a acatar estas condições, Egas Moniz foi entregar-se ao rei castelhano, com a mulher e os filhos, comovendo a todos pela sua lealdade e honra.
Batalha de Ourique
Em seguida é narrada a lenda da batalha de Ourique, em que o fundador de Portugal derrota cinco reis mouros depois de ter uma visão de Cristo. Por este motivo pinta os cinco escudos e os trinta dinheiros na bandeira de Portugal. É mais um exemplo de uma vívida batalha épica, em que os portugueses enfrentam um inimigo cem vezes superior em número.
Dinastia de Borgonha
Nesta última cidade D. Afonso acaba por ser cercado pelo rei de Leão, e Camões introduz o seu herdeiro D. Sancho I na história, que se torna no assunto do canto bélico juntamente com o pai, e depois da morte deste como rei. Seguem-se os restantes reis da dinastia de Borgonha, destacando a coragem e o bom reinado de cada um (ou mau reinado, no caso de D. Sancho II).
Inês de Castro
O turbilhão de emoções continua com este episódio lírico-trágico, talvez o mais reconhecido d'Os Lusíadas. Convém que se não perca de vista a sua integração no poema, via alocução de Vasco da Gama ao rei de Melinde. Costuma-se classificá-lo como lírico, distinguindo-o assim, sobretudo, dos mais comuns episódios bélicos.
D. Inês e D. Pedro são os amantes trágicos por excelência. O seu amor é ilícito, proibido pelos poderes. O poeta que tinha escrito sonetos tão sombrios, de sofrimento amoroso, chama repetidamente este de "puro amor", e censura o rei, de quem tanto elogiara os feitos guerreiros, por esta sombra no seu reinado.
D. Afonso IV pretende casar o filho que, apaixonado por Inês, recusa. A solução é eliminá-la. Trazida à presença do rei, esta implora pela sua vida, só para poder cuidar dos seus filhos. Comove o velho soberano, mas os conselheiros e o povo exigem a morte. E assim a frágil e bela apaixonada é assassinada.
D. Fernando
Depois da vingança de D. Pedro, o justiceiro ou o cruel, é apresentado o brando D. Fernando, responsabilizado pela quase perda do reino durante as guerras fernandinas e pela crise que o país enfrentaria após a sua morte.
Lista de comentários
Resposta:
Canto III
Contexto Histórico:
Pedro era o futuro rei de Portugal, filho de D. Afonso IV, o rei. Como é de praxe nas famílias reais, casamento é questão política, não romântica. Logo, ele foi obrigado a se casar com Constança Emanuel, uma nobre castelhana. Tamanha era a vontade de Pedro se casar que a primeira cerimônia de casamento dos dois foi feita por procuração, no Convento de São Francisco, em Évora. Isso, claro, gerou um conflito e três anos depois os noivos celebraram o casamento em Lisboa.
Entre as damas de companhia de Constança estava Inês de Castro, filha de um poderoso fidalgo galego. O príncipe se apaixonou pela aia e ela correspondeu o sentimento. Assim, os dois iniciaram um romance nada discreto que chocou toda a corte. Além disso, o Rei, não estava nada satisfeito com a proximidade e influência dos dois irmãos galegos de Inês sob o príncipe, que atrapalhava muito as relações diplomáticas. Por fim, o Rei cansou do falatório e exilou Inês de Castro em Albuquerque, na fronteira da Espanha.
Porém, Constança morreu um ano depois, ao dar à luz ao segundo filho. Pedro mandou trazer Inês de Castro de volta, para a revolta do Rei. Inês teve quatro filhos de Pedro, que se recusava a se casar com outra nobre, sob o pretexto de que ainda sofria com a morte da esposa, Constança.
O filhos ilegítimos de Inês eram claramente uma ameaça ao herdeiro legítimo ao trono. Corria na boca pequena o boato de que a família Castro conspirava para assassiná-lo. Então, o Rei D. Afonso IV, cedeu à pressão dos fidalgos portugueses e mandou matar Inês de Castro.
Quando Pedro descobriu o que seu pai fez, entrou num conflito armado que durou meses, até que a intervenção da Rainha selou a paz entre os dois. Dois anos depois, D. Afonso IV morreu e D. Pedro I foi coroado como o rei de Portugal.
D. Pedro I mandou matar os homens que mataram sua amada e também afirmou que havia se casado secretamente com Inês de Castro. A palavra do capelão e o do criado selaram a legalidade do casamento, o que significava que D. Inês era uma rainha póstuma e deveria ser tratada como tal.
O novo Rei mandou construir túmulos magníficos, com as sepulturas uma de frente para outra, de forma que, quando despertassem para o dia do juízo final, pudessem se olhar frente a frente.
Os Lusíadas:
Neste episódio conta-se a história do aio de D. Afonso Henriques. Tendo dado a sua palavra ao rei de Castela que o soberano português lhe prestaria vassalagem, conseguiu o levantamento do cerco castelhano a Guimarães. Mas como D. Afonso Henriques se recusou a acatar estas condições, Egas Moniz foi entregar-se ao rei castelhano, com a mulher e os filhos, comovendo a todos pela sua lealdade e honra.
Em seguida é narrada a lenda da batalha de Ourique, em que o fundador de Portugal derrota cinco reis mouros depois de ter uma visão de Cristo. Por este motivo pinta os cinco escudos e os trinta dinheiros na bandeira de Portugal. É mais um exemplo de uma vívida batalha épica, em que os portugueses enfrentam um inimigo cem vezes superior em número.
Nesta última cidade D. Afonso acaba por ser cercado pelo rei de Leão, e Camões introduz o seu herdeiro D. Sancho I na história, que se torna no assunto do canto bélico juntamente com o pai, e depois da morte deste como rei. Seguem-se os restantes reis da dinastia de Borgonha, destacando a coragem e o bom reinado de cada um (ou mau reinado, no caso de D. Sancho II).
O turbilhão de emoções continua com este episódio lírico-trágico, talvez o mais reconhecido d'Os Lusíadas. Convém que se não perca de vista a sua integração no poema, via alocução de Vasco da Gama ao rei de Melinde. Costuma-se classificá-lo como lírico, distinguindo-o assim, sobretudo, dos mais comuns episódios bélicos.
D. Inês e D. Pedro são os amantes trágicos por excelência. O seu amor é ilícito, proibido pelos poderes. O poeta que tinha escrito sonetos tão sombrios, de sofrimento amoroso, chama repetidamente este de "puro amor", e censura o rei, de quem tanto elogiara os feitos guerreiros, por esta sombra no seu reinado.
D. Afonso IV pretende casar o filho que, apaixonado por Inês, recusa. A solução é eliminá-la. Trazida à presença do rei, esta implora pela sua vida, só para poder cuidar dos seus filhos. Comove o velho soberano, mas os conselheiros e o povo exigem a morte. E assim a frágil e bela apaixonada é assassinada.
Depois da vingança de D. Pedro, o justiceiro ou o cruel, é apresentado o brando D. Fernando, responsabilizado pela quase perda do reino durante as guerras fernandinas e pela crise que o país enfrentaria após a sua morte.