De acordo com a Constituição de 1934, Vargas não poderia ser candidato a reeleição. O presidente, porém, não desejava sair, pois acreditava que a mudança de chefia no Executivo, naquele momento, colocaria o país em risco (aumento da subversão e iminência de uma guerra civil). As lideranças comunistas que tentaram derrubar o governo em 1935 "haviam inadvertidamente servido a Getúlio, fornecendo-lhe a prova ideal da `ameaça bolchevique'" (SKIDMORE, 2003, p. 160-161), visto que a ameaça de um novo golpe planejado pelos comunistas foi usada por Vargas para a decretação do estado de sítio. E para isso o governo Vargas usou e abusou da propaganda, divulgando histórias exageradas (posteriormente desmentidas) sobre oficiais militares legalistas que, desarmados, foram baleados na cama. O mal maior, como diz Lourdes Sola (IN.: MOTA, 1974, p. 259), devia ser exorcizado. "Reinvocado por Vargas e seus colaboradores, (...) o `radicalismo comunista'", o fantasma comunista "adquirira contornos reais mas vagos em 1935." O objetivo era adiar a eleição presidencial, e o medo do perigo vermelho era o ambiente ideal para Vargas criar uma atmosfera "para intimidar oponentes de qualquer matiz ideológico" (SKIDMORE, 2003, p. 161). O desejo do presidente em permanecer presidente e a radicalização política da primeira metade da década de 1930, que parecia não recuar nos anos seguintes, foram dois dos principais motivos para a violação do estado de direito no Brasil, como assinala um estudioso da história brasileira.
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De acordo com a Constituição de 1934, Vargas não poderia ser candidato a reeleição. O presidente, porém, não desejava sair, pois acreditava que a mudança de chefia no Executivo, naquele momento, colocaria o país em risco (aumento da subversão e iminência de uma guerra civil). As lideranças comunistas que tentaram derrubar o governo em 1935 "haviam inadvertidamente servido a Getúlio, fornecendo-lhe a prova ideal da `ameaça bolchevique'" (SKIDMORE, 2003, p. 160-161), visto que a ameaça de um novo golpe planejado pelos comunistas foi usada por Vargas para a decretação do estado de sítio. E para isso o governo Vargas usou e abusou da propaganda, divulgando histórias exageradas (posteriormente desmentidas) sobre oficiais militares legalistas que, desarmados, foram baleados na cama. O mal maior, como diz Lourdes Sola (IN.: MOTA, 1974, p. 259), devia ser exorcizado. "Reinvocado por Vargas e seus colaboradores, (...) o `radicalismo comunista'", o fantasma comunista "adquirira contornos reais mas vagos em 1935." O objetivo era adiar a eleição presidencial, e o medo do perigo vermelho era o ambiente ideal para Vargas criar uma atmosfera "para intimidar oponentes de qualquer matiz ideológico" (SKIDMORE, 2003, p. 161). O desejo do presidente em permanecer presidente e a radicalização política da primeira metade da década de 1930, que parecia não recuar nos anos seguintes, foram dois dos principais motivos para a violação do estado de direito no Brasil, como assinala um estudioso da história brasileira.