O objetivo desta atividade é que você se sinta imerso(a) em uma análise sobre a construção e interpretação correta de tabelas, visto que a análise de dados tabulados faz parte da rotina de trabalho do gestor da área da saúde.
A organização de dados em tabelas auxilia o entendimento global e o relacionamento entre as variáveis analisadas pelo gestor. Devido à relevância desse conhecimento para a sua formação acadêmica e futura prática profissional, esse será o foco da nossa atividade! Vamos lá? Analise a situação hipotética a seguir:
Possui doença cronica : Não : n 45 - 22,5% - Sim: n 155 - 77,5%
Toma medicação de uso continuo: não: n 60 - 30,0% - Sim: n 140 - 70,0%
Realiza exames de rotina anualmente: não: n 175 - 87,5% - Sim: n 25 - 12,5%
Possui filhos: Não: n 35 - 17,5% - Não: n 165 - 82,5%
Já teve aborto espontâneo: Não: n 185 - 92,5% - Sim: n 15 - 7,5%
Já foi diagnosticada com cancer de mama: Não: n 180 - 90,0% - Sim: n 20 - 10,0%
Já foi diagnosticada com cancer de colo de útero: Não: n 190 - 95,0% - Sim: n 10 - 5,0%
Imagine que você é o(a) gestor(a) de uma clínica de Ginecologia e Obstetrícia e deseja conhecer melhor o perfil das pacientes que são atendidas lá. A clínica atende cerca de 2.000 mulheres por ano, e você decidiu convidar 200 pacientes para participar do seu estudo. Para a realização da sua pesquisa, você optou por aplicar um questionário estruturado contendo perguntas predefinidas. Os dados obtidos foram organizados na tabela a seguir:
Perceba que, em cada linha, consta o número de pacientes (n) que responderam Não ou Sim para cada pergunta do questionário e, também, as frequências relativas ao percentual (%) correspondente, totalizando 200 mulheres que participaram da pesquisa.
1. Após a leitura e análise dos dados contidos na tabela, elabore um texto dissertativo contendo a interpretação dos resultados observados e o perfil das pacientes atendidas pela clínica (sua resposta deverá conter de 5 a 12 linhas).
Exemplo: No estudo, foi observado que a maioria das pacientes atendidas na clínica possuem doenças crônicas (n=155; 77,5%).
2. Sabendo que uma tabela pode ser dividida hierarquicamente em dois componentes, cite e explique quais são os elementos principais e secundários na construção de tabelas (sua resposta deverá conter de 5 a 15 linhas).
3. Por fim, comente como a interpretação de dados disponíveis em tabelas pode auxiliar o gestor no planejamento estratégico das instituições de saúde (sua resposta deverá conter de 05 a 10 linhas).
Lista de comentários
1. Ao analisar os dados contidos na tabela, podemos traçar um perfil das pacientes atendidas pela clínica de Ginecologia e Obstetrícia. A maioria das pacientes não possui doença crônica (n=45; 22,5%), porém, uma parcela significativa (n=155; 77,5%) apresenta essa condição de saúde. Além disso, observa-se que 70% das pacientes fazem uso contínuo de medicação.
No que diz respeito aos cuidados de saúde preventivos, a grande maioria das mulheres (87,5%) não realiza exames de rotina anualmente. Em relação à maternidade, a minoria das pacientes possui filhos (n=35; 17,5%) e apenas um pequeno número teve aborto espontâneo (n=15; 7,5%).
Quanto aos diagnósticos de câncer, a maioria das pacientes não foi diagnosticada nem com câncer de mama (n=180; 90%) nem com câncer de colo de útero (n=190; 95%). Entretanto, é importante destacar que um número significativo de mulheres recebeu esses diagnósticos (câncer de mama: n=20; 10%; câncer de colo de útero: n=10; 5%).
Portanto, o perfil das pacientes atendidas pela clínica de Ginecologia e Obstetrícia é caracterizado por uma parcela considerável de mulheres com doenças crônicas e uso contínuo de medicação, além de uma baixa adesão aos exames de rotina. Embora a maioria não tenha filhos, uma pequena proporção já vivenciou aborto espontâneo. Por fim, é importante estar atento aos casos de câncer de mama e câncer de colo de útero, mesmo que a maioria das pacientes não tenha recebido esses diagnósticos.
2. A construção de uma tabela envolve elementos principais e secundários. Os elementos principais são:
- Título: O título da tabela deve ser claro e conciso, fornecendo informações sobre o conteúdo da tabela e a variável em análise. Ele ajuda a identificar o tema abordado e a compreender os dados apresentados.
- Cabeçalho: O cabeçalho indica as categorias ou variáveis que estão sendo analisadas. Cada coluna do cabeçalho corresponde a uma categoria e fornece uma descrição dos dados apresentados em cada coluna.
- Corpo: O corpo da tabela contém as células com os dados específicos, organizados em linhas e colunas. As células representam as respostas ou valores correspondentes às categorias ou variáveis em análise.
Os elementos secundários são:
- Notas: As notas complementam as informações da tabela, fornecendo detalhes adicionais ou explicando abreviações, símbolos ou métodos de coleta de dados.
- Fonte: A fonte indica a origem dos dados apresentados na tabela, seja um estudo, pesquisa ou instituição responsável pela coleta dos dados.
3. A interpretação de dados disponíveis em tabelas desempenha um papel fundamental no planejamento estratégico das instituições de saúde. Ao analisar e compreender as informações contidas nas tabelas, o gestor da área da saúde
pode tomar decisões embasadas em evidências e direcionar recursos e serviços de forma mais eficiente.
Por exemplo, ao analisar a baixa adesão aos exames de rotina anualmente, o gestor pode implementar estratégias de conscientização e campanhas de prevenção, visando aumentar a participação das pacientes nesses exames importantes para a detecção precoce de doenças.
Além disso, a interpretação dos dados permite identificar padrões e tendências, como a prevalência de doenças crônicas e diagnósticos de câncer. Com base nessas informações, o gestor pode planejar a oferta de serviços especializados, como acompanhamento mais frequente para pacientes com doenças crônicas ou programas de rastreamento e tratamento específicos para câncer.
A interpretação correta das tabelas também facilita a identificação de lacunas no atendimento, como a baixa proporção de pacientes que realizam exames de rotina. Dessa forma, o gestor pode desenvolver estratégias para melhorar o acesso a esses serviços, reduzir barreiras e incentivar a participação das pacientes.
Em suma, a interpretação de dados tabulados auxilia o gestor da área da saúde a compreender o perfil dos pacientes atendidos, identificar áreas de atenção prioritárias e embasar o planejamento estratégico da instituição, visando a promoção da saúde e o melhor atendimento às necessidades das pacientes.