Leia os trechos a seguir.

Texto 1

[...] A retórica é a disciplina da impropriedade do sentido. Exemplifiquemos isso. Quando se lê na obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que “o homem é uma errata pensante”, apreende-se a metáfora, quando se observa que há uma não pertinência em considerar que o homem é uma errata. Afinal, errata se usa para escritos. No entanto, essa predicação impertinente estabelece uma tensão entre identidade (correção de erros, aprimoramento) e diferença (em cada edição/em cada estágio da vida) e, assim, ganha pertinência” (FIORIN, 2014, p. 28-29).



Fonte: FIORIN, J. L. Figuras de retórica. São Paulo: Contexto, 2014.



Texto 2

“A vida é uma ópera”


Fonte: ASSIS, M. de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 2010. p. 22.



Com base nas informações apresentadas, identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir.



( ) A metáfora deve ser entendida como uma tensão entre a diferença e a semelhança associadas em função de uma inovação semântica que deve ser interpretada a partir de um novo sentido construído.

( ) A predicação “o homem é uma errata pensante” é impertinente, mas ganha pertinência ao construir novos sentidos com o signo denotado, porque coexistem traços semânticos entre os elementos associados por semelhança.

( ) A metáfora é considerada uma predicação que constrói novos sentidos a partir das possíveis semelhanças entre os elementos associados. Assim como construção retórica tem a função de persuadir e convencer o público por meio do discurso.

( ) A metáfora do texto 2 apresenta um deslocamento de sentidos como forma de predicação, para causar novo efeito argumentativo diante do conceito de “vida”, cuja interpretação remete a sofrimento/dramas e pessoas/personagens.



Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

a.
F - V - V - V.

b.
V - F - V - V.

c.
V - F - F - V.

d.
F - F - V - V.

e.
V - V - F - F.
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As figuras de linguagem funcionam como recursos argumentativos, elas não apenas adornam, não apenas tornam a linguagem mais expressiva, mas também defendem o ponto de vista daquele que escreve. Observe como os sentidos são construídos no fragmento do poema a seguir, a partir do uso de figuras retóricas. DESENCANTO Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre. Fonte: BANDEIRA, M. In. MATOS, G. et al. Discurso de um sonho e outros poemas. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 41. Com base nas informações apresentadas, identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir. ( ) Em “Eu faço versos como quem chora”, temos a comparação que aproxima o fazer do poeta com alguém que chora, de modo que se pode depreender uma associação de sentidos relacionada à manifestação de sentimentos. ( ) Em “Meu verso é sangue”, temos a presença de uma metáfora, pois ocorre a transferência do sentido sobre o fazer poético relacionado ao sangue como algo vindo de dentro dele mesmo. ( ) Em “Amargo e quente”, temos uma antítese, uma vez que o poeta apresenta dois elementos para contrapor ideias contrárias e para qualificar o verso e construir o argumento. ( ) Ao escrever que “O verso cai gota a gota do coração”, o poeta se utiliza do recurso retórico da prosopopeia para dar vida ao verso, uma vez que atribui ações a termos inanimados. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. a. V - F - F - V. b. F - F - V - V. c. V - F - V - F. d. F - V - V - F. e. V - V - F - V.
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