São Paulo – Em sua segunda edição no Brasil, a campanha conhecida como “Dezembro Vermelho” utiliza o último mês no ano para promover discursos de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids. Embora muitos avanços tenham sido alcançados nos últimos anos, a ciência permanece sem conseguir desenvolver uma vacina efetiva e aplicável a todas as pessoas.
Algumas razões, a maioria delas ligada à complexidade do ciclo do HIV no organismo, dificultam o cenário. Uma das características do HIV é sua alta taxa de adaptação, podendo alterar seus componentes e tornar-se irreconhecível. Por isso, os cientistas atuam tanto na área de prevenção como na de tratamento de quem já tem o vírus.
Além de todo o seu poder destrutivo, o HIV é um vírus inteligente. Ele ataca e sequestra justamente as células T, importantes componentes do sistema imunológico, usando suas proteínas para se reproduzir. Isso destrói a células e possibilita que o vírus se espalhe pelo hospedeiro.
“O desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o HIV tem sido um desafio à luz da natureza do vírus e sua interação com o sistema imunológico humano; ninguém jamais se recuperou naturalmente de uma infecção pelo HIV, e não há correlatos que sinalizem quais respostas imunológicas são necessárias para bloquear ou eliminar o HIV ”, afirma Jill Gilmour, diretora executiva de Imunologia Humana da Iniciativa Internacional de Vacinas contra a Aids (IAVI), ao site IFLScience.
OBSTÁCULOS PARA A OBTENÇÃO DA VACINA
Drauzio – A epidemia da aids já existe há mais de 20 anos. Quais são as dificuldades práticas para a obtenção da vacina?
Esper Kallás – Primeiro obstáculo: o HIV é diferente dos demais vírus porque ataca uma parte muito sensível do nosso sistema de defesa e, quando faz isso, consegue minar nossa capacidade de induzir uma resposta eficaz contra ele.
Segundo obstáculo: no começo se achava que os princípios de proteção para o HIV seriam semelhantes aos de proteção contra doenças, como hepatite B ou poliomielite, por exemplo. Portanto, bastaria induzir a formação de anticorpos que o problema estaria resolvido. O tempo mostrou que estávamos enganados.
Passaram-se 20 anos, a vacina não apareceu e alguns, mais sarcásticos, dizem que por lobby da indústria. Não é isso. Na verdade, o vírus é muito mais capaz de escapar das defesas do que se imaginou. No entanto, nesse período de tempo, por causa da infecção do HIV e da necessidade de desvendar mecanismos orgânicos tão complexos, os estudos de imunologia, dos vírus e dos sistemas de defesa evoluíram muito.
Feita no Brasil, vacina contra a dengue já é estudada em humanos
Desenvolvida no Instituto Butantan, vacina contra os quatro tipos virais da doença tem expectativa de ser fabricada em 2019
A vacinação em larga escala contra a dengue está mais próxima de tornar-se realidade: o Instituto Butantan, centro de pesquisa pública de São Paulo que lidera o projeto, anunciou que 14 mil voluntários já participam dos estudos clínicos para avaliar a efetividade da vacina. No total, 17 mil pessoas serão incluídas no grupo de avaliação — incluindo 5 mil crianças.
A vacina é produzida com o vírus atenuado da dengue e tem o objetivo de estimular a produção de anticorpos no organismo, para que o sistema imunológico já esteja preparado no momento em que entrar em contato com o vírus "verdadeiro".
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São Paulo – Em sua segunda edição no Brasil, a campanha conhecida como “Dezembro Vermelho” utiliza o último mês no ano para promover discursos de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids. Embora muitos avanços tenham sido alcançados nos últimos anos, a ciência permanece sem conseguir desenvolver uma vacina efetiva e aplicável a todas as pessoas.
Algumas razões, a maioria delas ligada à complexidade do ciclo do HIV no organismo, dificultam o cenário. Uma das características do HIV é sua alta taxa de adaptação, podendo alterar seus componentes e tornar-se irreconhecível. Por isso, os cientistas atuam tanto na área de prevenção como na de tratamento de quem já tem o vírus.
Além de todo o seu poder destrutivo, o HIV é um vírus inteligente. Ele ataca e sequestra justamente as células T, importantes componentes do sistema imunológico, usando suas proteínas para se reproduzir. Isso destrói a células e possibilita que o vírus se espalhe pelo hospedeiro.
“O desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o HIV tem sido um desafio à luz da natureza do vírus e sua interação com o sistema imunológico humano; ninguém jamais se recuperou naturalmente de uma infecção pelo HIV, e não há correlatos que sinalizem quais respostas imunológicas são necessárias para bloquear ou eliminar o HIV ”, afirma Jill Gilmour, diretora executiva de Imunologia Humana da Iniciativa Internacional de Vacinas contra a Aids (IAVI), ao site IFLScience.
OBSTÁCULOS PARA A OBTENÇÃO DA VACINA
Drauzio – A epidemia da aids já existe há mais de 20 anos. Quais são as dificuldades práticas para a obtenção da vacina?
Esper Kallás – Primeiro obstáculo: o HIV é diferente dos demais vírus porque ataca uma parte muito sensível do nosso sistema de defesa e, quando faz isso, consegue minar nossa capacidade de induzir uma resposta eficaz contra ele.
Segundo obstáculo: no começo se achava que os princípios de proteção para o HIV seriam semelhantes aos de proteção contra doenças, como hepatite B ou poliomielite, por exemplo. Portanto, bastaria induzir a formação de anticorpos que o problema estaria resolvido. O tempo mostrou que estávamos enganados.
Passaram-se 20 anos, a vacina não apareceu e alguns, mais sarcásticos, dizem que por lobby da indústria. Não é isso. Na verdade, o vírus é muito mais capaz de escapar das defesas do que se imaginou. No entanto, nesse período de tempo, por causa da infecção do HIV e da necessidade de desvendar mecanismos orgânicos tão complexos, os estudos de imunologia, dos vírus e dos sistemas de defesa evoluíram muito.
Feita no Brasil, vacina contra a dengue já é estudada em humanos
Desenvolvida no Instituto Butantan, vacina contra os quatro tipos virais da doença tem expectativa de ser fabricada em 2019
A vacinação em larga escala contra a dengue está mais próxima de tornar-se realidade: o Instituto Butantan, centro de pesquisa pública de São Paulo que lidera o projeto, anunciou que 14 mil voluntários já participam dos estudos clínicos para avaliar a efetividade da vacina. No total, 17 mil pessoas serão incluídas no grupo de avaliação — incluindo 5 mil crianças.
A vacina é produzida com o vírus atenuado da dengue e tem o objetivo de estimular a produção de anticorpos no organismo, para que o sistema imunológico já esteja preparado no momento em que entrar em contato com o vírus "verdadeiro".
já existe uma vacina para a dengue.