1) Leia o texto a seguir. A danada da partícula “de” O dicionário Aurélio, antes de indicar as dezenas de usos da partícula “de” em nossa língua, previne-se dizendo no início do verbete: “Preposição. Partícula de larguíssimo emprego em português”. Afastamo-nos, assim, dos usos mais habituais de “de” preposição, especialmente o de relação possessiva. Lembro, a propósito, que já na infância uma das nossas brincadeiras familiares favoritas era a de as crianças sentarem no chão e começarem a interrogar os adultos, sobre os parentes não presentes: - E a tia Ivete, como é que está? - Ela está bem, crianças. - E o tio José, como é que está? -Ele está bem, crianças. (...) Esgotada a lista de parentes na ladainha, a criançada derivava para animais domésticos: E o gato da tia Helena, como é que está? Está bem, crianças. (já afetando enfado, o que fazia parte da brincadeira). E aí a pergunta final (acompanhada de maliciosas risadas das crianças), o alvo, afinal, de toda brincadeira: E o cachorro do tio Mário, como é que está? E a mãe, com fingido tom de repreensão e mal contendo as risadas intervinha “energicamente”: Crianças! Olhem o respeito! Já cansei de falar que não é assim que se pergunta, mas: “o cachorro que pertence ao tio Mário...”. (LAUAND, Jean. 2011. p. 42. Adaptado). A repreensão feita às crianças decorre do fato de que: a) As crianças utilizaram a preposição “de” (de + o = do) com o valor semântico apreciativo. b) As crianças utilizaram da ambiguidade contida na frase “O cachorro do tio Mário...”, por meio da contração “do”, para produzir o valor semântico de depreciação. c) As crianças utilizaram o valor semântico de posse contido na contração “do”. d) As crianças utilizaram um único valor semântico para a partícula “do”, indicando local de origem. e) As crianças fizeram uso da preposição “do” para denotar a ideia de tempo, ou seja, referiram-se alguém que há muito tempo não viam.
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