8. O texto a seguir trata das reformas urbanas empreendidas na cidade do Rio de Janeiro, no inicio do século XX. Leia-o. Esse processo de reforma urbana foi saudado com entusiasmo pela im- prensa conservadora, que a denominou de "a regeneração". Essa era a voz dos beneficiários do replanejamento, aqueles que herdariam [...] um espaço amplo, controlado e elegante, onde antes não podiam circular, senão com desconforto e timidez. As vítimas mais fáceis de identificar: toda a multidão de humildes, dos mais variados matizes étnicos, que constituíam a massa trabalhadora, os desempregados, os subempregados e os aflitos de toda es- pécie que povoavam a cidade. A ação do governo não se fez somente contra os seus alojamentos: suas roupas, seus pertences pessoais, sua família, [...] seu cotidiano, seus hábitos, seus animais, suas formas de subsistência e de sobrevivência, sua cultura enfim, tudo é atingido pela nova disciplina espa- cial, física, social, ética e cultural imposta pelo gesto reformador. [...] A descrição do pesquisador Jaime Larry Benchimol é bastante reveladora da extensão [da reforma urbana]: "Uma comissão nomeada pelo ministro da Justiça e do Interior em 1905, quando estavam em curso as obras de Pereira Passos, constatou que, até aquela data, a administração municipal e da Saú- de Pública haviam demolido cerca de seiscentas habitações coletivas e setecentas casas, privando de teto pelo menos quatorze mil pessoas. Cente- nas de outras famílias foram desalojadas [...]." A enorme pressão por imóveis, devida tanto às demolições das zonas central e portuária, quanto à especulação, empurrou as populações humil- des para a periferia da cidade, ou para os bairros mais distantes e degradados, onde se alojavam em condições subumanas e pagando preços exorbitantes. [...] Regiões desvalorizadas, por serem impróprias para a cons- trução, como os morros e os mangues, começaram a forrar-se de casebres construídos de tábuas e de caixas de bacalhau, cobertas de latas de quero- sene desdobradas, igualmente sem nenhuma forma de higiene e sem água corrente. Alguns desses casebres abrigavam várias famílias. [...] SEVCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina: mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo: Scipione, 1993. p. 59-63. (História em aberto) a) De acordo com o texto, as elites conservadoras chamavam a reforma urbana do Rio de Janeiro de "a regeneração". E a população pobre, como chamava essa reforma? b) Explique a afirmação: "A ação do governo não se fez somente contra seus alojamentos". c) Quais grupos sociais do Rio de Janeiro foram prejudicados com as reformas? Por qué? d) Para onde se mudaram as pessoas que tiveram suas casas demolidas nas re- formas? Qual é o nome do conjunto de moradias construido por essas pessoas? dificação urbanisticas foram​
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