1- Gregório de Matos foi um célebre escritor barroco. Leia esse soneto que pertence a ele: Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Antes, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida já cobrada, Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. MATOS, Gregório de. "A Jesus Cristo nosso Senhor". In: Poemas Escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1981, p. 297. No soneto de Gregório de Matos toda a argumentação incide sobre uma espécie de permuta entre o sujeito lírico e Deus. Isso é mais claramente verificável no trecho (A) Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Antes, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (B) Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. (C) Se uma ovelha perdida já cobrada, Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: (D) Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (E) Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
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Leia o texto abaixo. Manhã Mergulhei numa comprida manhã de inverno. O açude apojado, a roça verde, amarela e vermelha, os caminhos estreitos mudados em riachos, ficaram-me na alma. Depois veio a seca. Árvores pelaram-se, [...] o sol cresceu, bebeu as águas, e ventos mornos espalharam na terra [...] uma poeira cinzenta. Olhando-me por dentro, percebo com desgosto a segunda paisagem. [...] Naquele tempo, a escuridão se ia dissipando, vagarosa. Acordei, reuni pedaços [...] de coisas, pedaços de mim mesmo que boiavam no passado confuso, articulei tudo, criei o meu pequeno mundo incongruente. [...] Ora, sucedia que [...] meu pai [...] resolvia contar-me histórias. Admirava-me, aceitava a lei nova, ingênuo, admitia que a natureza se houvesse modificado. [...] Na manhã de inverno, as cercas e as plantas quase se dissolviam, a neblina vestia o campo, dos montes de lixo do quintal subia fumaça, pingos espaçados caíam das goteiras, a cruviana¹ mordia a gente. Sapatões de vaqueiros depositavam grossas camadas de barro no tijolo. Roupas molhadas deixavam manchas largas nos bancos do copiar. As paredes úmidas enegreciam. Deitava-me na rede, encolhia-me, enrolava-me nas varandas. Um candeeiro de querosene lambia a névoa com labaredas trêmulas. [...] *Vocabulário: ¹cruviana: chuvisco, chuva pequena. RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record. 2008. Fragmento. O narrador desse texto conta a história de maneira objetiva sem participar das ações. faz parte dos acontecimentos da história como personagem secundário. insere sua opinião sobre os fatos mesmo sem participar da história. relata uma história da qual participa também como personagem principal. sabe todos os pensamentos das personagens sem participar da história.
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