O Sentimento dum OcidentalI Avé-Maria Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina. Batem carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros. Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. Após ler um trecho do poema de Cesário Verde, autor ímpar da literatura portuguesa, analise as afirmações a seguir, I. O uso do sentido da visão como fonte descritiva da realidade apresentado pelo eu-lírico fundamenta o poema. II. A incidência da luz e objetos que iluminam e/ou são iluminados são fundamentais na construção do poema. III. O poema aproxima-se da estética romântica por idealizar um lugar, uma região, e não descrevê-la. IV. As imagens apresentadas são fragmentadas e justapostas, evidenciando o olhar do eu-lírico. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II e IV, apenas.
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O Sentimento dum Ocidental I Avé-Maria Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina. Batem carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros. Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. Após ler um trecho do poema de Cesário Verde, autor ímpar da literatura portuguesa, analise as afirmações a seguir, I. O uso do sentido da visão como fonte descritiva da realidade apresentado pelo eu-lírico fundamenta o poema. II. A incidência da luz e objetos que iluminam e/ou são iluminados são fundamentais na construção do poema. III. O poema aproxima-se da estética romântica por idealizar um lugar, uma região, e não descrevê-la. IV. As imagens apresentadas são fragmentadas e justapostas, evidenciando o olhar do eu-lírico. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II e IV, apenas.
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