rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu-lírico poeta.(ENEM) O apanhador de desperdíciosUso a palavra para compor meus silêncios.Não gosto das palavrasfatigadas de informar.Dou mais respeitoàs que vivem de barriga no chãotipo água pedra sapo.Entendo bem o sotaque das águasDou respeito às coisas desimportantese aos seres desimportantes.Prezo insetos mais que aviões.Prezo a velocidadedas tartarugas mais que a dos mísseis.Tenho em mim um atraso de nascença.Eu fui aparelhadopara gostar de passarinhos.Tenho abundância de ser feliz por isso.Meu quintal é maior do que o mundo.Sou um apanhador de desperdícios:Amo os restoscomo as boas moscas.Queria que a minha voz tivesse um formatode canto.Porque eu não sou da informática:eu sou da invencionática.Só uso a palavra para compor meus silêncios.BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa.Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros essa valorização é expressa por meio da linguagem
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Procurar a frase "(Geekie ­ 2013) Leia a fábula original de La Fontaine A cigarra e a formiga. Depois, compare­a com a recriação de José Paulo Paes. A Cigarra e a Formiga A cigarra, sem pensar em guardar, a cantar passou o verão. Eis que chega o inverno, e então, sem provisão na despensa, como saída, ela pensa em recorrer a uma amiga : sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado, algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar. “Antes de agosto chegar, pode estar certa a senhora: pago com juros, sem mora.” Obsequiosa, certamente, a formiga não seria. “Que fizeste até outro dia?” perguntou à imprevidente. “Eu cantava, sim, Senhora, noite e dia, sem tristeza.” “Tu cantavas? Que beleza! Muito bem: pois dança agora...” La Fontaine Sem Barra Enquanto a formiga Carrega comida Para o formigueiro, A cigarra canta, Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho. A cigarra é só cantiga. Mas sem a cantiga da cigarra que distrai da fadiga, seria uma barra o trabalho da formiga José Paulo Paes Textos podem dialogar entre si, em processo de intertextualidade que pode revelar continuidade ou ruptura na abordagem temática. O poema de José Paulo Paes é criado a partir da fábula original de La Fontaine e pretende" nos resultadosa)revalorizar as ações da formiga, através de um componente lúdico e prazeroso, representado pela cantoria da cigarrab).ironizar a atitude da cigarra, que tenta justificar a sua pouca responsabilidade com a importância de atividades de natureza artística c).ratificar os objetivos da fábula no sentido de valorizar aqueles que trabalham incansavelmente e criticar a ociosidade.confirmar a mensagem trazida pela fábula, que pretende minimizar a importância do trabalho, valorizando também o lazer.d)recuperar a figura da cigarra, atribuindo-lhe a função de, pela canção, tornar menos desagradável a faina diária da formiga.
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