Leia o texto Casas de Cômodos de Aluísio Azevedo, depois classifique cada personagem e o que ele retrata no conto. Há no Rio de Janeiro, entre os que não trabalham e conseguem sem base pecuniária ganhar a vida e até enriquecer, um tipo digno de estudo. Quase sempre forasteiro, antes exercia um ofício na pátria que deixou para vir tentar a sorte no Brasil. Ele imediatamente tentou esconder as ferramentas do ofício e acumular os meios para, sem fazer nada, ganhar dinheiro. O poeta boêmio é a espinha dorsal de seu ofício de locatário de quartos. Sem emprego, sem renda de espécie alguma, sem mesada nem móveis, carregado de sonhos, que são os filhos que Quimera, sua amante, lhe deu. O poeta vive da desgraça e da glória de ser poeta, cruzando indiferentemente todos os níveis de miséria, com os olhos fixos no ideal. Este é o anjo mau da casa, o terror dos vizinhos, a antipatia de todos os inquilinos. Ele dorme enquanto os outros trabalham e durante a noite conversa com as estrelas, declamando em voz alta coisas de amor e fantasia que, ali, só ele e eles entendem. Este nunca paga. Mas o que importa a inadimplência de um boêmio, cujo quarto era um pouco maior que um túmulo, se os outros inquilinos ficam lá? A dona da pensão, começando por merecer simpatia, acaba conquistando confiança e amor. A partir daí, ter o que se chama de pensão é apenas um passo. A coisa quase sempre é feita da seguinte maneira: preenche as horas quentes ensinando seu cachorro ou seu papagaio. Nas horas frescas ele vai para a calçada da rua conversando com os vizinhos. O dono da pensão começa a ganhar muito, acumulando pesadamente, sem nunca trabalhar ou usar capital próprio. O aluguel daquele prédio é pago pelos hóspedes, assim como a mesa, o gás, a água e o serviço dos criados. E, quando um dos inquilinos fala mais alto em seu quarto, ou quando os alunos e costureiras começam a rir e cantar, o proprietário corre para a porta. (O texto está resumido)
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