Após falar das obras de arte das estações Sé (linha 1 – Azul) e Palmeiras–Barra Funda (linha 3 – Vermelha), ‘Arte na Linha’ desembarca hoje em outra linha, a 2 – Verde, na estação Sumaré, que conta com obras dos artistas Alex Flemming e Luiz Carlos Martinho da Silva, mais conhecido como Caíto.
O trabalho do paulistano Flemming, de 1998, mereceu até um livro-catálogo com a explicação de como a obra, intitulada ‘Estação Sumaré’, foi desenvolvida. Ele fez fotografias que foram estampadas sobre painéis de vidro de 1,75 m x 1,25 m. “O artista utilizou duas série de 22 imagens, colocadas enfileiradas nas plataformas e ordenadas, uma no sentido inverso da outra, com 22 poemas, um para cada imagem. São retratos anônimos de tipos raciais diferentes, brancos, pretos e asiáticos, fotografados frontalmente como nos passaportes, nas carteiras de identidade, ampliados e gravados sobre vidros”, explicou Fábio Magalhães em texto para o livro. Filho de um piloto de avião e de uma aeromoça, o artista viajou muito e teve vários passaportes ao longo da vida. As fotos utilizadas neste gênero de documento foram então a base da inspiração de Flemming para a criação da obra para o Metrô.
“Quis refletir um pouco sobre a verdade dos olhares nos documentos, sobre a população anônima que transita conosco sentada encostada no banco ao lado e que, na maioria arrasadora das vezes, não chegamos a perceber o manancial de poesia que se esconde atrás de um muro de paletós embrutecidos ou de vestidos plissados como armaduras”, escreveu o artista no livro.
Sobre os retratos estampados sobre vidro, Flemming reproduziu poemas de autores brasileiros por meio de letras coloridas pintadas, meio desordenadas e um tanto borradas, dificultando a leitura. Ele selecionou uma poesia para cada um dos 22 personagens retratados. As poesias percorrem do século 16 à contemporaneidade, de Gregório de Matos a Haroldo de Campos. “A palavra humaniza, dá sentido e identidade às pessoas”, escreveu Fábio Magalhães no livro.
“Fica aqui uma obra composta por personagens paulistanos, a declamarem poesia um para os outros e a serem decifrados pelos olhares apressados (ou nem tanto) dos usuários do Metrô de São Paulo”, explica o artista também no livro. Flemming é autor de uma outra obra na estação Santo André da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos): mosaico em pastilhas de vidro representando duas cabeças.
Na estação Sumaré do Metrô, a outra obra de arte é uma escultura em aço corten, de 1995, com 2m de altura, criada pelo artista Caíto.
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Após falar das obras de arte das estações Sé (linha 1 – Azul) e Palmeiras–Barra Funda (linha 3 – Vermelha), ‘Arte na Linha’ desembarca hoje em outra linha, a 2 – Verde, na estação Sumaré, que conta com obras dos artistas Alex Flemming e Luiz Carlos Martinho da Silva, mais conhecido como Caíto.
O trabalho do paulistano Flemming, de 1998, mereceu até um livro-catálogo com a explicação de como a obra, intitulada ‘Estação Sumaré’, foi desenvolvida. Ele fez fotografias que foram estampadas sobre painéis de vidro de 1,75 m x 1,25 m. “O artista utilizou duas série de 22 imagens, colocadas enfileiradas nas plataformas e ordenadas, uma no sentido inverso da outra, com 22 poemas, um para cada imagem. São retratos anônimos de tipos raciais diferentes, brancos, pretos e asiáticos, fotografados frontalmente como nos passaportes, nas carteiras de identidade, ampliados e gravados sobre vidros”, explicou Fábio Magalhães em texto para o livro. Filho de um piloto de avião e de uma aeromoça, o artista viajou muito e teve vários passaportes ao longo da vida. As fotos utilizadas neste gênero de documento foram então a base da inspiração de Flemming para a criação da obra para o Metrô.
“Quis refletir um pouco sobre a verdade dos olhares nos documentos, sobre a população anônima que transita conosco sentada encostada no banco ao lado e que, na maioria arrasadora das vezes, não chegamos a perceber o manancial de poesia que se esconde atrás de um muro de paletós embrutecidos ou de vestidos plissados como armaduras”, escreveu o artista no livro.
Sobre os retratos estampados sobre vidro, Flemming reproduziu poemas de autores brasileiros por meio de letras coloridas pintadas, meio desordenadas e um tanto borradas, dificultando a leitura. Ele selecionou uma poesia para cada um dos 22 personagens retratados. As poesias percorrem do século 16 à contemporaneidade, de Gregório de Matos a Haroldo de Campos. “A palavra humaniza, dá sentido e identidade às pessoas”, escreveu Fábio Magalhães no livro.
“Fica aqui uma obra composta por personagens paulistanos, a declamarem poesia um para os outros e a serem decifrados pelos olhares apressados (ou nem tanto) dos usuários do Metrô de São Paulo”, explica o artista também no livro. Flemming é autor de uma outra obra na estação Santo André da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos): mosaico em pastilhas de vidro representando duas cabeças.
Na estação Sumaré do Metrô, a outra obra de arte é uma escultura em aço corten, de 1995, com 2m de altura, criada pelo artista Caíto.