leandroulrich
A Liberdade/Utilitarismo. Ed. Martins fontes, São Paulo, 2000. p. 187). Essa doutrina se tornou muito influente nos períodos posteriores e, ainda hoje, recebe muitos elogios e críticas. Dentre os elogios podemos considerar que ela pode ser expressa em um princípio simples (como o exposto acima), que permite a consideração ética não só dos homens como seres sensíveis, mas também de animais e é de fácil aplicação política. Entretanto, o princípio utilitarista foi acusado de ser um mero recurso analítico que não permite a espontaneidade das ações, esmaga as minorias e torna o agente a tal ponto impessoal que não seria mais capaz de reconhecimento do próximo como um indivíduo independente ou autônomo. O que importa seria apenas a felicidade geral (ou seja, da maioria). A proposta desta pesquisa (ainda em fase de desenvolvimento) é mostrar que o utilitarista não precisaria aceitar essas acusações. Este texto trata de dois modos pelos quais as acusações mencionadas acima poderiam ser feitas. A primeira alega que existem situações em que o cálculo da maior felicidade geral é impossível. A segunda afirma que o utilitarista seria obrigado a aceitar coisas absurdas em nome da felicidade geral, tal como tortura, assassinato e outros (argumento da impessoalidade). Argumentarei que nenhuma delas seria realmente conclusiva contra o utilitarismo.
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