AndersonSLZMA
A condição humana de hannah Arendt há um dos melhores ensinamentos sobre o tema do trânsito da liberdade A condição humana, isto é, o que pode nos dar condições de nos chamarmos de humanos, foi na antiguidade a liberdade. Mas se tratava da liberdade do homem-cidadão de uma cidade-estado livre. A condição humana moderna nunca foi a liberdade, mas sim o trabalho. A liberdade se tornou, na modernidade, uma questão de dignidade humanos todos somos, livres ou não. Além disso, na modernidade a liberdade passou a ser a liberdade individual, alheia aos destinos do aparato político e até mesmo contrária a ele. É nesse segundo sentido que a nação que mais representa a modernidade, os Estados Unidos, trouxe para si a defesa da liberdade.
Assim liberdade igualdade e fraternidade ideais da Revolução Francesa e da modernidade, sempre foram tomados, nos Estados Unidos, não como elementos em conjunto, mas, não raro, em oposição. O igualitarismo podia significar uma intervenção do estado na vida dos cidadãos, como era o caso do programa da bandeira socialista e, mais ainda, da comunista, e os americanos nunca gostaram dessa ingerência. A ingerência governamental na vida cotidiana sempre lembrou a eles a condição de colonos que tiveram de se rebelar contra a então mais forte potência imperialista da Terra, a Inglaterra. Os cidadãos americanos sempre reclamaram dos impostos e sempre preferiram, quando em desastre contornáveis, apelar antes para o comunitarismo embutido em seu liberalismo que ao governo ou ao estado. Nesse contexto é que se fez o desenvolvimento de dois tipos de esquerda, a “velha” e a nova esquerda.
A velha esquerda era socialista em um sentido social-democrata, às vezes até alimentada levemente pelo trotskismo, ao menos durante certo tempo. O seu auge ocorreu nos anos vinte. A nova esquerda, já no contexto dos protestos contra a Guerra do Vietnã, se firmou como marxista e acadêmica, e como disse Richard Rorty certa vez, antes preocupada em tomar o Departamento de Letras da Universidade que qualquer sala da Casa Branca. Apesar de acadêmica, a nova esquerda nem sempre foi inteligente. Seu feminismo radical e seu marxismo um tanto pueril, a la Chomsky, muitas vezes se confundiram com o anti-americanismo grostesco. Do ponto de vista teórico, esse pessoal, não raro, agrupa Foucault a Marx como se as divergências do primeiro com o marxismo de Marcuse, por exemplo, bem dentro dos Estados Unidos, jamais tivessem existido. A nova esquerda ainda patina um pouco nessa incultura (e não raro alimenta gente no Brasil, na esquerda e na direita, que inventou de achar que Marx e Foucault falam a mesma coisa
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Assim liberdade igualdade e fraternidade ideais da Revolução Francesa e da modernidade, sempre foram tomados, nos Estados Unidos, não como elementos em conjunto, mas, não raro, em oposição. O igualitarismo podia significar uma intervenção do estado na vida dos cidadãos, como era o caso do programa da bandeira socialista e, mais ainda, da comunista, e os americanos nunca gostaram dessa ingerência. A ingerência governamental na vida cotidiana sempre lembrou a eles a condição de colonos que tiveram de se rebelar contra a então mais forte potência imperialista da Terra, a Inglaterra. Os cidadãos americanos sempre reclamaram dos impostos e sempre preferiram, quando em desastre contornáveis, apelar antes para o comunitarismo embutido em seu liberalismo que ao governo ou ao estado. Nesse contexto é que se fez o desenvolvimento de dois tipos de esquerda, a “velha” e a nova esquerda.
A velha esquerda era socialista em um sentido social-democrata, às vezes até alimentada levemente pelo trotskismo, ao menos durante certo tempo. O seu auge ocorreu nos anos vinte. A nova esquerda, já no contexto dos protestos contra a Guerra do Vietnã, se firmou como marxista e acadêmica, e como disse Richard Rorty certa vez, antes preocupada em tomar o Departamento de Letras da Universidade que qualquer sala da Casa Branca. Apesar de acadêmica, a nova esquerda nem sempre foi inteligente. Seu feminismo radical e seu marxismo um tanto pueril, a la Chomsky, muitas vezes se confundiram com o anti-americanismo grostesco. Do ponto de vista teórico, esse pessoal, não raro, agrupa Foucault a Marx como se as divergências do primeiro com o marxismo de Marcuse, por exemplo, bem dentro dos Estados Unidos, jamais tivessem existido. A nova esquerda ainda patina um pouco nessa incultura (e não raro alimenta gente no Brasil, na esquerda e na direita, que inventou de achar que Marx e Foucault falam a mesma coisa