"A cidadania moderna - ou seja, a integração das pessoas no governo, via participação política; na sociedade, via direitos individuais; e no patrimônio coletivo, via justiça social - continua sendo aspiração de quase todos os países, sobretudo os que se colocam dentro da tradição ocidental (....) Simplificando muito, pode-se dizer que o processo histórico de formação da cidadania no Ocidente seguiu dois caminhos, um de baixo para cima, pela iniciativa dos cidadãos, outro de cima para baixo, por iniciativa do Estado e de grupos dominantes". (CARVALHO, José Murilo de. "Cidadania, estadania e apatia", in: "Jornal do Brasil", de 24/06/2001, p. 8.)
A outorgação da Carta constitucional de 1891, representou relativa democratização da vida social, afirmando-se alguns direitos jurídicos e o mínimo da participação política. Contudo, eram nítidas as dificuldades encontradas para a afirmação do conceito pleno de cidadania junto ao cotidiano brasileiro.
Por exemplo, é possível apontar limitações para essa cidadania na participação política. Dê alguns exemplos comentando o caso, em um texto de, no mínimo, 10 linhas.
Na Carta Constitucional de 1891, que marcou a transição do Brasil de uma monarquia para uma república, houve avanços significativos em termos de participação política, mas também limitações evidentes para o conceito pleno de cidadania. Alguns exemplos dessas limitações incluem:
1. Restrições de voto: A Constituição de 1891 restringia o direito de voto a homens maiores de 21 anos, alfabetizados e não incursos em certas penalidades legais. Isso excluía grande parte da população, incluindo as mulheres, analfabetos e muitos trabalhadores rurais, da participação política.
2. Domínio oligárquico: O período conhecido como República Velha (1889-1930) foi caracterizado pelo domínio das oligarquias agrárias. Isso limitava a verdadeira representatividade política, uma vez que o poder estava concentrado nas mãos de uma elite econômica e política, dificultando a participação efetiva das camadas mais pobres e marginalizadas da sociedade.
3. Coronelismo: O sistema político da época estava profundamente ligado ao coronelismo, onde líderes locais, conhecidos como "coronéis", exerciam grande influência sobre o voto e o comportamento político das pessoas em suas regiões. Isso minava a liberdade de escolha dos eleitores e limitava a verdadeira expressão da vontade popular.
4. Falta de educação cívica: A falta de educação cívica e política significativa dificultava a plena compreensão dos direitos e responsabilidades dos cidadãos, o que tornava a participação política ainda mais inacessível para muitos.
Portanto, embora a Constituição de 1891 tenha representado um avanço em relação ao regime monárquico anterior, a plena cidadania ainda estava longe de ser uma realidade no Brasil. Limitações como restrições ao voto, domínio oligárquico, coronelismo e falta de educação política contribuíram para um cenário em que a participação política efetiva era um desafio para muitos brasileiros.
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Resposta:
Na Carta Constitucional de 1891, que marcou a transição do Brasil de uma monarquia para uma república, houve avanços significativos em termos de participação política, mas também limitações evidentes para o conceito pleno de cidadania. Alguns exemplos dessas limitações incluem:
1. Restrições de voto: A Constituição de 1891 restringia o direito de voto a homens maiores de 21 anos, alfabetizados e não incursos em certas penalidades legais. Isso excluía grande parte da população, incluindo as mulheres, analfabetos e muitos trabalhadores rurais, da participação política.
2. Domínio oligárquico: O período conhecido como República Velha (1889-1930) foi caracterizado pelo domínio das oligarquias agrárias. Isso limitava a verdadeira representatividade política, uma vez que o poder estava concentrado nas mãos de uma elite econômica e política, dificultando a participação efetiva das camadas mais pobres e marginalizadas da sociedade.
3. Coronelismo: O sistema político da época estava profundamente ligado ao coronelismo, onde líderes locais, conhecidos como "coronéis", exerciam grande influência sobre o voto e o comportamento político das pessoas em suas regiões. Isso minava a liberdade de escolha dos eleitores e limitava a verdadeira expressão da vontade popular.
4. Falta de educação cívica: A falta de educação cívica e política significativa dificultava a plena compreensão dos direitos e responsabilidades dos cidadãos, o que tornava a participação política ainda mais inacessível para muitos.
Portanto, embora a Constituição de 1891 tenha representado um avanço em relação ao regime monárquico anterior, a plena cidadania ainda estava longe de ser uma realidade no Brasil. Limitações como restrições ao voto, domínio oligárquico, coronelismo e falta de educação política contribuíram para um cenário em que a participação política efetiva era um desafio para muitos brasileiros.