A criatividade para Fayga Ostrower, trata-se de um potencial inerente ao ser humano, e realizar este potencial é uma de suas necessidades. Essa potencialidade e os processos criativos não estão restritos, pura e tão-somente, às artes e aos artistas, pois entende que “criar” tem de ser visto no seu sentido total, ou seja, algo que está integrado ao estilo de vida do ser humano:

O homem elabora seu potencial criador através do trabalho. É uma experiência vital. Nela o homem encontra sua humanidade ao realizar tarefas essenciais à vida humana e essencialmente humanas. A criação se desdobra no trabalho porquanto este traz em si a necessidade que gera as possíveis soluções criativas. Nem na arte existiria criatividade se não pudéssemos encarar o fazer artístico como trabalho, como um fazer intencional produtivo e necessário que amplia em nós a capacidade de viver. Retirando à arte o caráter de trabalho, ela é reduzida a algo de supérfluo, enfeite talvez, porém prescindível à existência humana. Em nossa época, é bastante difundido este pensamento: arte sim, arte como obra de circunstância e de gosto, mas não arte como engajamento de trabalho. Entretanto, a atividade é considerada uma atividade, sobretudo criativa, ou seja, a noção de criatividade é desligada da ideia do trabalho, o criativo tornado criativo justamente por ser livre solto e isento de compromissos de trabalho. Na lógica de tal pensamento, porém, o fazer que não fosse “livre” careceria de criatividade, passaria a ser um fazer não-criativo. O trabalho em si seria não-criador. Evidentemente, não é esse nosso critério. (OSTROWER, 1987, p. 26)

Outra questão importante que se discute nas artes é se aquela pessoa tem dom ou talento. Leia os textos a seguir:

Dom é uma palavra que vem do latim donu. Significa dádiva, presente. O dom, é uma capacidade especial inata. Na prática, um dom é um potencial para desempenhar com alguma facilidade determinadas tarefas que são complexas para a maioria das pessoas. Este é o fato de certas crianças desenharem bem, outras tocarem um instrumento musical com desenvoltura ou aprender números ou trabalhos manuais.

O talento é uma tendência ou um gosto especial que pode ser desenvolvido. Mesmo que exista algum componente genético, qualquer talento depende de três atitudes para atingir sua plenitude. O talento depende de treinar muito; ter disciplina: olhe para os atletas, por exemplo; e perseverança: persistir na busca dos resultados.

E como ficam aqueles que têm dom, mas não têm talento? Estes são um desperdício, nasceram com algo especial, mas não foram lapidados como deviam. E tem também os “desligados”, aqueles que, mesmo tendo tido boas chances, não se esforçaram para se desenvolver. Deles é que se diz: “Deus dá asas para quem não quer voar”. Texto de Abraham Shapiro (Disponível em: http://profissaoatitude.blogspot.com.br/2011/09/dom-e-talendo-diferenca-e-pratica.html Acesso: 16/11/2017)

Construa um texto sucinto, reflexivo e autoral, a partir das possíveis correlações entre os conceitos de dom e talento como apresentados por Abraham Shapiro e as noções de criatividade desenvolvidas por Ana Mae Barbosa, Fayga Ostrower e Howard Gardner.
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