“A hermenêutica, isto é, a arte de interpretar os textos, antiga disciplina auxiliar da teologia, aplicada até então aos textos sagrados, tornou-se, ao longo do século XIX, seguindo a trilha dos teólogos protestantes alemães do século XVIII, e graças ao desenvolvimento da consciência histórica europeia, a ciência da interpretação de todos os textos e o próprio fundamento da filologia e dos estudos literários. Segundo Friedrich Schleiermacher (1768-1834), que lançou as bases da hermenêutica filológica no final do século XVIII, a tradição artística e literária, não estando mais numa relação imediata com seu próprio mundo, tornou-se estranha a seu sentido original (era o mesmo problema que a ‘alegorese’ de Homero resolvia de outra maneira). Ele determina, pois, como finalidade da hermenêutica, restabelecer a significação primeira de uma obra, uma vez que a literatura, como a arte em geral, está alienada de seu mundo de origem: a obra de arte, escreve ele, ‘deve uma parte de sua inteligibilidade à sua primeira destinação’, donde se segue que ‘a obra de arte, arrancada de seu contexto primeiro, perde sua significação, se esse contexto não for conservado pela história’. Segundo essa doutrina romântica e historicista, a verdadeira significação de uma obra é a que ela possuía em sua origem: compreendê-la é reduzir os anacronismos alegóricos e restituir essa origem” (COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. Cleonice Paes Barreto Mourão, Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001, p.59). Considere as discussões sobre a Hermenêutica e sobre o campo teórico crítico que foram desenvolvidas até agora. Levando em conta também suas habilidades de interpretação a análise do texto, assinale a alternativa que, em sua opinião, se adequa mais às ideias desenvolvidas por Compagnon: Selecione uma alternativa: a) A Hermenêutica se baseia em conhecimentos filológicos. Ela afirmava que a arte se desgarrou de seu conteúdo original, sua reflexão se baseava na tentativa de retomada desse sentid