"A sensibilidade historiadora se ancora no tempo, na interpretação sempre mutante entre passado, presente e futuro. As mudanças no processo histórico alteram as interpretações da história. Toda interpretação, que é uma atribuição de sentido ao vivido, se assenta sobre um mirante 'temporal', um ponto de vista, em um presente – vê-se a partir de um lugar social e um tempo específicos. O desdobramento do tempo pode mudar a qualidade da história, interpretações inovadoras emergem com a sua passagem. Não há um passado fixo, idêntico, a ser esgotado pela história. As esperas futuras e vivências presentes alteram a compreensão do passado. Cada geração, em seu presente específico, une passado e presente de maneira original, elaborando [uma memória] particular do processo histórico. O presente exige a reinterpretação do passado para se representar, se localizar e projetar o seu futuro.
Cada presente seleciona um passado que deseja e lhe interessa conhecer".
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 6. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2003.
Nota-se que a Memória é a uma construção psíquica que permite aos homens reterem informações sobre o passado. Por essa capacidade, a memória representa uma fonte importante de pesquisa sobre a construção histórica, na medida em que retoma as lembranças dos acontecimentos humanos no tempo, por meio das lembranças dos entrevistados.
Sobre a relação entre História e Memória, analise as asserções a seguir:
I. O emprego da memória na produção historiográfica passou a ocorrer a partir das primeiras décadas do século XX, com a chamada “Revolução Documental”, iniciada pela Escola dos Annales. Porém, ao empregar a memória enquanto documento histórico, é preciso tomar certos cuidados.
PORQUE
II. As informações advindas da memória não são exatamente representações reais do passado, porque expressam lembranças individuais e coletivas que variam no decorrer do tempo, conforme as experiências vividas. Desse modo, ao empregar a memória na produção histórica, o estudioso deve ter claro que a memória e a História são coisas diferentes.
Acerca dessas asserções, considere a opção correta:
Alternativas
Alternativa 1:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
Alternativa 2:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
Alternativa 3:
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Alternativa 4:
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
Alternativa 5:
As asserções I e II são proposições falsas.
Lista de comentários
Resposta:
As asserções I e II são verdadeiras
Explicação:
Resposta: Alternativa 1
Explicação: Livro Teorias da História, pág. 53, 54, 55 e 56.