Ainda dentro da temática estilos musicais, leia este outro texto:

"Isso não é música de verdade": o elitismo cultural disfarçado
É inegável que o Brasil é um lugar onde diversos estilos musicais se misturam. A música surge no interior das comunidades e está relacionada intimamente com a cultura local, espalhando-se, em seguida, por diversos outros lugares e contextos diferentes daquele de sua origem. Compreender a complexidade da diversidade musical brasileira é fundamental para compreender tanto a multiplicidade musical no país quanto os diversos costumes e comportamentos que vão sendo estabelecidos culturalmente.

A preferência por determinado estilo musical, muitas vezes, funciona como uma forma de expressar a que grupo social as pessoas querem se identificar ou fazer parte. Dito de outra forma, aquilo que as pessoas dizem ser seus gostos musicais, por vezes, tem menos a ver com a música em si e mais a quais valores sociais elas querem parecer estar atreladas. Se algum estilo musical (como a música erudita, por exemplo) é considerado como algo que pessoas cultas ou ricas gostam e é a esse grupo social a que o indivíduo quer demonstrar pertencer, possivelmente, esse será o estilo musical de sua preferência.

Não raramente, quando alguém classifica esse estilo musical como seu preferido, o colocará como superior aos que pertencem a outros grupos sociais. Dessa forma, quando uma pessoa afirma que seu estilo musical de preferência é a música erudita e, mais importante ainda, defende sua superioridade com relação aos outros estilos musicais, ela está também comunicando que o grupo social a que ela (acha) que pertence é superior aos outros. Diversas vezes isso é expresso por meio de atos que parecem inofensivos, como o de sempre menosprezar qualquer cantor querido pelas classes populares.

Além disso, a minoria das pessoas tem conhecimento sobre música a ponto de ser capaz de avaliar os aspectos técnicos de uma música e classificá-la como mais complexa ou menos complexa. Não há qualquer evidência científica de que a música erudita torne as pessoas mais ricas ou mais cultas e muito menos de que as músicas de estilos populares (como samba, pagode ou funk, por exemplo) tornem as pessoas burras e pobres. É a associação entre músicas populares e pessoas pobres que faz com que esses estilos musicais sejam estigmatizados como inferiores. O nome disso é elitismo cultural, que classifica tudo aquilo que é considerado comum entre as classes mais baixas como inferior.

Cada um tem o direito de ouvir ao que mais lhe agradar, mas hierarquizar estilos musicais e dizer que alguns deles são, por natureza, melhores do que os outros não é sinônimo de erudição, mas sim de preconceito.

3.a)
Qual o ponto de vista defendido ao longo do texto?
3.b)
Um ponto de vista é defendido ao longo do texto em contraposição a outra opinião, a qual se critica. Qual seria esse outro ponto de vista?
3.c)
Pode-se dizer que o ponto de vista defendido ao longo do texto é resumido em que trecho?
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