Durante o processo de modernização da agricultura brasileira, as políticas públicas para a área rural, em especial a política agrícola, privilegiavam os setores mais capitalizados e a esfera produtiva das commodities voltada ao mercado internacional. Essa prática traz consigo resquícios do período colonial, bem como o clientelismo, que esteve presente durante toda a formação econômica do Brasil. Cabe reconhecer, porém, a importância da política agrícola na transformação de uma agricultura arcaica, de técnicas rudimentares, para uma agricultura comercial moderna que, cada vez mais, ocupa espaço no cenário internacional. A política agrícola, ao contemplar as medidas de incentivo à produção e destinar um montante de crédito a juros favorecidos, contribuiu para melhorar a alocação de recursos, reduzir as flutuações na renda e garantir a segurança alimentar. Em 1943, o governo realizou a primeira tentativa de formalizar uma política agrícola para tratar de questões relacionadas com a garantia de preços na comercialização. Nessa ocasião, foram criadas a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil e a Comissão de Financiamento da Produção. Conforme Coelho (2001), esse modelo de política agrícola baseava-se, exclusivamente, no fornecimento de crédito e na garantia de preços mínimos, visando minimizar as flutuações dos preços recebidos pelos produtores rurais. Apenas em 1951 a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) foi regulamentada por lei e começou a funcionar, efetivamente, no ano seguinte, com dois instrumentos: as Aquisições do Governo Federal (AGF) e os Empréstimos do Governo Federal (EGF). As políticas de apoio à comercialização alcançam os mais diversos produtos agropecuários amparados por instrumentos de garantia de preços mínimos e por financiamento da estocagem, adquirindo a produção ou equalizando os preços. Assim, asseguram uma receita mínima ao agricultor quando o preço de mercado fica abaixo do mínimo estabelecido. Fonte: TONIN, J. M.; BARCZSZ, S. S.; BLANCO, T. H. M. Comercializaç