Resposta:
Explicação:
A desigualdade de direitos entre homens e mulheres é um problema que faz parte da história da
humanidade, e ainda marca profundamente nossa realidade em pleno século XXI. No entanto, sua
origem não é recente. Desde as primeiras civilizações é perceptível a construção de visões
diferenciadas entre ambos, visões que permitiram ao homem estabelecer uma relação de poder e
controle em relação à mulher, o que se reflete já nas primeiras codificações de direitos da história
das civilizações, as quais, embora possuindo inúmeras diferenças, compartilhavam um ponto
comum: a submissão da mulher e a instituição da sociedade patriarcal.
Dentre toda a caminhada histórica de instituição da desigualdade e da opressão, um dos momentos
de maior peculiaridade, no qual tais diferenciações se intensificaram foi a Idade Média, e sua visão
do sexo feminino, construída a partir do Cristianismo e dos cânones da Igreja Católica. A doutrina
cristã medieval, em que pese sua complexidade, apresenta duas marcas relevantes para nossa
análise: o repúdio ao corpo, e a vinculação da mulher ao mal e ao desregramento sexual. A partir
destes dois eixos fundamentais, instituíram-se vários dogmas que justificavam a opressão, a
violência, a discriminação, a tortura e a morte de mulheres, e de uma ampla gama de minorias.
Infelizmente, muitos dos dogmas, mitos e lendas construídos pela doutrina católica no medievo
continuam vigendo e regulando a vida em sociedade em pleno século XXI: o corpo e a sexualidade
feminina continuam sendo um tabu; o prazer, principalmente feminino ainda é passível de
culpabilidade, e as mulheres, em que pese os avanços, em muitos casos ainda continuam tendo
vidas destinadas ao casamento e à maternidade, como "destinos naturais" de sua existência. A
partir dessa discussão, o objetivo deste estudo é empreender um olhar histórico ao medievo, a fim
de compreender como se deu a consolidação do processo de inferiorização da mulher a partir da
doutrina da cristandade medieval, e assim, poder contribuir para a compreensão e a desconstrução
de tais dogmas nos dias atuais. Dessa forma, temos como objetivo trazer a discussão sobre as
origens dessa desigualdade existente acerca dos direitos das mulheres e da visão da sociedade diante
delas, mostrando que um problema tão atual, mesmo tendo evoluído muito ao longo das últimas
décadas, tem suas raízes em uma época muito distante da nossa.
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Resposta:
Explicação:
A desigualdade de direitos entre homens e mulheres é um problema que faz parte da história da
humanidade, e ainda marca profundamente nossa realidade em pleno século XXI. No entanto, sua
origem não é recente. Desde as primeiras civilizações é perceptível a construção de visões
diferenciadas entre ambos, visões que permitiram ao homem estabelecer uma relação de poder e
controle em relação à mulher, o que se reflete já nas primeiras codificações de direitos da história
das civilizações, as quais, embora possuindo inúmeras diferenças, compartilhavam um ponto
comum: a submissão da mulher e a instituição da sociedade patriarcal.
Dentre toda a caminhada histórica de instituição da desigualdade e da opressão, um dos momentos
de maior peculiaridade, no qual tais diferenciações se intensificaram foi a Idade Média, e sua visão
do sexo feminino, construída a partir do Cristianismo e dos cânones da Igreja Católica. A doutrina
cristã medieval, em que pese sua complexidade, apresenta duas marcas relevantes para nossa
análise: o repúdio ao corpo, e a vinculação da mulher ao mal e ao desregramento sexual. A partir
destes dois eixos fundamentais, instituíram-se vários dogmas que justificavam a opressão, a
violência, a discriminação, a tortura e a morte de mulheres, e de uma ampla gama de minorias.
Infelizmente, muitos dos dogmas, mitos e lendas construídos pela doutrina católica no medievo
continuam vigendo e regulando a vida em sociedade em pleno século XXI: o corpo e a sexualidade
feminina continuam sendo um tabu; o prazer, principalmente feminino ainda é passível de
culpabilidade, e as mulheres, em que pese os avanços, em muitos casos ainda continuam tendo
vidas destinadas ao casamento e à maternidade, como "destinos naturais" de sua existência. A
partir dessa discussão, o objetivo deste estudo é empreender um olhar histórico ao medievo, a fim
de compreender como se deu a consolidação do processo de inferiorização da mulher a partir da
doutrina da cristandade medieval, e assim, poder contribuir para a compreensão e a desconstrução
de tais dogmas nos dias atuais. Dessa forma, temos como objetivo trazer a discussão sobre as
origens dessa desigualdade existente acerca dos direitos das mulheres e da visão da sociedade diante
delas, mostrando que um problema tão atual, mesmo tendo evoluído muito ao longo das últimas
décadas, tem suas raízes em uma época muito distante da nossa.