Leia o seguinte trecho do poema de Fernando Pessoa:
Sonho. Não sei quem sou neste momento. Durmo sentindo-me. Na hora calma Meu pensamento esquece o pensamento Minha alma não tem alma. [...] Fonte: PESSOA, F. Poemas de Fernando Pessoa. Edição Isabel Pascoal. Lisboa: Editorial Comunicação, 1986b, p. 88.
O discurso lírico aponta para uma modernidade que se concretizava no início do século XX. Com base nisso, avalie as afirmativas a seguir:
I. O questionamento radical da realidade está no cerne do excerto e de sua modernidade. II. O discurso lírico explicita a corrosão dos estados inconscientes do eu-lírico. III. O mundo profano e desigual incomoda o eu-lírico e sua existência. IV. Por meio de uma linguagem camoniana, a poesia desintegra-se.
A alternativa correta é a alternativa 2: I e II, apenas.
Explicação:
O trecho do poema de Fernando Pessoa pertence ao livro Cancioneiro, publicado em 1933. Nesse livro, o poeta usa o seu próprio nome, sem recorrer aos heterônimos, para expressar a sua visão de mundo e de si mesmo. O poema revela uma modernidade que se concretizava no início do século XX, marcada pelo questionamento radical da realidade, pela fragmentação do sujeito e pela crise de valores. O eu-lírico mostra-se confuso, angustiado e desiludido, sem saber quem é ou o que sente. A sua alma não tem alma, ou seja, não tem essência ou identidade. O seu pensamento esquece o pensamento, ou seja, não tem capacidade de raciocinar ou compreender. O seu sonho é vazio e sem sentido.
Assim, podemos afirmar que as afirmativas I e II estão corretas, pois refletem a modernidade do discurso lírico de Pessoa. A afirmativa I está correta porque o questionamento radical da realidade está no cerne do excerto e de sua modernidade. O eu-lírico duvida da existência de si mesmo e do mundo que o cerca, colocando em xeque as certezas e as verdades absolutas. A afirmativa II está correta porque o discurso lírico explicita a corrosão dos estados inconscientes do eu-lírico. O eu-lírico não consegue acessar os seus sentimentos mais profundos, nem se conectar com o seu inconsciente. O seu sonho é uma forma de escapar da realidade insatisfatória, mas também é uma forma de revelar a sua falta de sentido.
As afirmativas III e IV estão erradas, pois não correspondem ao excerto ou à modernidade do discurso lírico de Pessoa. A afirmativa III está errada porque o mundo profano e desigual não incomoda o eu-lírico e sua existência. O eu-lírico não se preocupa com os problemas sociais ou políticos do seu tempo, mas sim com os seus dilemas existenciais e pessoais. O eu-lírico não tem uma postura crítica ou engajada em relação ao mundo exterior, mas sim uma postura indiferente ou alienada. A afirmativa IV está errada porque o poema não utiliza uma linguagem camoniana, nem se desintegra. O poema usa uma linguagem simples e direta, sem recorrer aos recursos estilísticos típicos da poesia clássica ou renascentista. O poema também não se desintegra, mas sim se constrói a partir de paradoxos e antíteses que revelam a complexidade do eu-lírico.
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Resposta:
A alternativa correta é a alternativa 2: I e II, apenas.
Explicação:
O trecho do poema de Fernando Pessoa pertence ao livro Cancioneiro, publicado em 1933. Nesse livro, o poeta usa o seu próprio nome, sem recorrer aos heterônimos, para expressar a sua visão de mundo e de si mesmo. O poema revela uma modernidade que se concretizava no início do século XX, marcada pelo questionamento radical da realidade, pela fragmentação do sujeito e pela crise de valores. O eu-lírico mostra-se confuso, angustiado e desiludido, sem saber quem é ou o que sente. A sua alma não tem alma, ou seja, não tem essência ou identidade. O seu pensamento esquece o pensamento, ou seja, não tem capacidade de raciocinar ou compreender. O seu sonho é vazio e sem sentido.
Assim, podemos afirmar que as afirmativas I e II estão corretas, pois refletem a modernidade do discurso lírico de Pessoa. A afirmativa I está correta porque o questionamento radical da realidade está no cerne do excerto e de sua modernidade. O eu-lírico duvida da existência de si mesmo e do mundo que o cerca, colocando em xeque as certezas e as verdades absolutas. A afirmativa II está correta porque o discurso lírico explicita a corrosão dos estados inconscientes do eu-lírico. O eu-lírico não consegue acessar os seus sentimentos mais profundos, nem se conectar com o seu inconsciente. O seu sonho é uma forma de escapar da realidade insatisfatória, mas também é uma forma de revelar a sua falta de sentido.
As afirmativas III e IV estão erradas, pois não correspondem ao excerto ou à modernidade do discurso lírico de Pessoa. A afirmativa III está errada porque o mundo profano e desigual não incomoda o eu-lírico e sua existência. O eu-lírico não se preocupa com os problemas sociais ou políticos do seu tempo, mas sim com os seus dilemas existenciais e pessoais. O eu-lírico não tem uma postura crítica ou engajada em relação ao mundo exterior, mas sim uma postura indiferente ou alienada. A afirmativa IV está errada porque o poema não utiliza uma linguagem camoniana, nem se desintegra. O poema usa uma linguagem simples e direta, sem recorrer aos recursos estilísticos típicos da poesia clássica ou renascentista. O poema também não se desintegra, mas sim se constrói a partir de paradoxos e antíteses que revelam a complexidade do eu-lírico.
Fonte: Bing GPT4