“O primeiro testemunho sobre a antropofagia na América foi registrada por Álvarez Chanca (...) em 1493. (...) Registrada a abominação antropofágica, os monarcas espanhóis autorizam, em 1503, a escravidão de todos os caraíba pelos colonos. No litoral brasileiro, os tupinambá, do grupo tupi, tinham o hábito do canibalismo ritual (...). Prova de barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”, e do cativeiro perpétuo, em 1557, por terem devorado, no ano anterior, vários náufragos portugueses, entre os quais se encontrava o primeiro bispo do Brasil.”
A partir do fragmento, é correto concluir que: A) as tribos tupiniquins, aliadas aos franceses, acreditavam na justiça e na importância da guerra justa como capaz de permitir a supremacia contra tribos inimigas. B) conforme determinava a legislação de Portugal e da Espanha, até o início do século XIX, apenas os nativos da América que praticavam o canibalismo foram escravizados. C) a escravização dos ameríndios foi legal e efetiva apenas até a entrada dos primeiros homens escravos africanos na América, a partir da segunda metade do século XVII. D) o estranhamento do colonizador europeu com a prática da antropofagia por parte dos nativos da América serviu de pretexto para a escravização desses nativos. E) portugueses e espanhóis, assim como a Igreja Católica, associavam a desumanidade dos índios ao fato desses nativos insistirem na prática da guerra justa.
alternativa correta é a alternativa D. O estranhamento do colonizador europeu com a prática da antropofagia por parte dos nativos da América serviu de pretexto para a escravização desses nativos.
A antropofagia na América foi descrita pelos primeiros europeus nos séculos XV e XVI, de fato o dicionário da língua espanhola da Real Academia Espanhola deriva a palavra “caníbal” de caríbal, e define-o como adjetivo referido a nativos das Antilhas que eram considerados antropófagos. Particularmente na Mesoamérica, as crônicas de Índias relatam estes fatos de modo aterrador, como atos denigrativos e incompreensíveis opostos à fé cristã, e como uma clara justificação para impor a religião dos conquistadores espanhóis, pois consideraram que estes atos eram coisa do diabo.
No Brasil, os portugueses também se depararam com a antropofagia praticada pelos tupinambás, do grupo tupi, que tinham o hábito do canibalismo ritual, em que devoravam os inimigos capturados em guerra como forma de adquirir suas qualidades e vingar seus mortos2. Os portugueses, assim como os espanhóis, viam essa prática como uma prova de barbárie e de desumanidade dos índios, e usavam isso
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Resposta:
alternativa correta é a alternativa D. O estranhamento do colonizador europeu com a prática da antropofagia por parte dos nativos da América serviu de pretexto para a escravização desses nativos.
A antropofagia na América foi descrita pelos primeiros europeus nos séculos XV e XVI, de fato o dicionário da língua espanhola da Real Academia Espanhola deriva a palavra “caníbal” de caríbal, e define-o como adjetivo referido a nativos das Antilhas que eram considerados antropófagos. Particularmente na Mesoamérica, as crônicas de Índias relatam estes fatos de modo aterrador, como atos denigrativos e incompreensíveis opostos à fé cristã, e como uma clara justificação para impor a religião dos conquistadores espanhóis, pois consideraram que estes atos eram coisa do diabo.
No Brasil, os portugueses também se depararam com a antropofagia praticada pelos tupinambás, do grupo tupi, que tinham o hábito do canibalismo ritual, em que devoravam os inimigos capturados em guerra como forma de adquirir suas qualidades e vingar seus mortos2. Os portugueses, assim como os espanhóis, viam essa prática como uma prova de barbárie e de desumanidade dos índios, e usavam isso