Resposta:

A trajetória das políticas educacionais no Brasil está diretamente relacionada com a construção das desigualdades sociais no país. Para compreender essa relação, é necessário analisar o contexto histórico e social em que essas políticas foram implementadas.

No período colonial, a educação no Brasil era voltada para a elite branca e aristocrática. A população negra e os povos indígenas eram sistematicamente excluídos do acesso à educação, o que gerou uma desigualdade estrutural no acesso ao conhecimento e à formação de capital humano.

Ao longo do século XX, houve avanços significativos nas políticas educacionais brasileiras, como a criação da Escola Nova no final da década de 1920 e a expansão do ensino público nos anos 1950 e 1960. Entretanto, a desigualdade na distribuição de recursos e na qualidade do ensino persistia, afastando ainda mais os setores mais vulneráveis da população da educação de qualidade.

Nos anos 1990, com a adoção do modelo neoliberal e a privatização de setores importantes da economia, a educação passou a ser vista cada vez mais como um "negócio" e deixou de ser direito e responsabilidade do Estado. A partir de então, a expansão do ensino superior foi feita principalmente por instituições privadas, que cobravam altas mensalidades e produziam uma enorme dívida estudantil, acirrando as desigualdades sociais em um país já marcado por profundas diferenças sociais.

Em síntese, a trajetória das políticas educacionais no Brasil mostra uma estreita relação com as desigualdades sociais. A exclusão da população negra e indígena, a falta de acesso ao ensino superior e a privatização da educação são exemplos de como o Estado brasileiro tem perpetuado a desigualdade social por meio do acesso e qualidade da educação. Para mudar esse cenário, é necessário um esforço conjunto da sociedade civil e dos governantes para garantir a igualdade de acesso e oportunidades na educação.