Quem responder certinho eu do 50 pontos.1. A atitude do pai, ao atender a porta, demonstrava (A) raiva com a filha.(B) irritação com o entregador.(C) conhecimento sobre o pacote.(D) descontentamento com a empregada.2. Pelo contexto, pode-se inferir qual era o motivo da irritação do narrador com o entregador?3. " Sinto alguma coisa de íntimo naquele ' senhorita Regina Celi'". Qual a função das aspas no contexto anterior? 4. "- Vem, papai!" o emprego do ponto de exclamação no final da frase anterior, reforça qual ideia? 5. "Pois ai estava o rock, matinal, cor de sangue e metal inudado o dia e o quarto com sua voz rouca,...". O pronome possessivo SUA relaciona-se a qual termo?6. " mas ali estamos, eu e a senhorita REGINA CELI, UMA MENINA que ainda pegou no colo(...) Quando ELA tenho medo do mundo". Os três termos destacados referem-se à mesma pessoa? Explique?. Textoo.....Do rockCarlos Heitor ConyTocam a campainha e há um estrondo em meus ouvidos. A empregada estava de folga, o remédio era atender o mau-caráter que me batia à porta àquela hora da manhã. Vejo o camarada do bigodinho com o embrulho largo e enfeitado.— É aqui que mora a senhorita Regina Celi?Digo que não e fulmino o importuno com um olhar cheio de ódio e sono, mas antes de fechar a porta sinto alguma coisa de íntimo naquele “senhorita Regina Celi”, sim, há uma Regina Celi em minha casa, minha própria filha, mas apenas de 12 anos, uma guria bochechuda ainda, não merecia o título e a função de senhorita.Chamo o homem que já estava no elevador. Eram CDs, a garota encomendara um mundão de CDs numa loja próxima, e pedira que mandassem as novidades, pois as novidades estavam ali, embrulhadinhas e com a nota fiscal bem às claras.Gemo surdamente na hora de assinar o cheque e recebo o embrulho. A garota dormia impune, o mundo podia desabar, e ninguém a despertaria do sono 12 anos. Deixo o embrulho em cima do som e volto para a cama, forçar o sono e a tranquilidade interior, abalada pelo cheque tão matutino e fora de propósito. Quando ordeno os pensamentos e ambições no estreito espaço do meu pensamento e retomo um sono e um sonho sem cor nem gosto, começa o rock.Anos atrás, seria começa o beguine. Mas o beguine passou de moda, e o swing, o mambo, o baião e outras pragas vindas de alheias e próprias pragas. Pois aí estava o rock, matinal, cor de sangue e metal inundando o dia e o quarto com sua voz rouca, seu compasso monótono e histérico.Purgo honestamente meus pecados e lembro o pai, que me aturava a mania pelos sambas de Ary Barroso. O velho não dizia nada, mas me olhava fundo e talvez tivesse ganas de me esganar. Mas me aturava e aturava o meu Brasil brasileiro. Hoje, aturo o rock. Vou ao banheiro, lavo o rosto, visto um short e vou para a sala disposto a causar boa impressão à senhorita Regina Celi, que de babydoll, esbaforida, se degringola ao som de U2.O tapete já fora arrastado e amarfanhado a um canto. Meu castiçal de prata foi profanado com a cara de um tipo até simpático que naquela manhã ganhará alguma coisa à custa do meu labor e cheque. A senhorita Regina Celi tem a cara afogueada, os pés e as pernas avançam e ficam no mesmo lugar, o corpo todo treme e sua, até que ela me estende o braço.— Vem, papai!O peso dos meus invernos e minhas banhas causa breve hesitação. Mas ali estamos, eu e a senhorita Regina Celi, uma menina que ainda pego no colo e aqueço com meu amor e o meu carinho, quando ela tem medo do mundo ou de não saber os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas na hora do exame. Ela me chama e me perdoa.Então, aumento o volume do som, espero o tal do U2 dar um grito histérico e medonho — e esqueço o cheque, a vida e a faina humana rebolando este cansado corpo-pasto de espantos — até que o fôlego e o U2 acabem na manhã e no som.
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!!!Valendo 30 pontos!!!7. " Mas a presença de Zezinho, por si só, dinamizou a etapa complementar, deu-LHE caráter, deu-LHE alma, infundiu-LHE dramatismo." o pronome oblíquo LHE refere-se a qual termo da frase? 8." quando acabou a etapa inicial do jogo Brasil x Paraguai, o placar acusava um LÍRICO, UM PLATÔNICO 0 X 0." A escolha de palavras para se referir ao placar sugere que o resultado(A) decepcionava o público(B) agradava o público(C) motivava o público(D) alegrava o público9. " .... ele ganhou a partida antes de aparecer, antes de molhar a camisa, pelo alto falante..." que intenção podemos perceber na escolha de palavras do narrador para se referir ao jogador Zizinho?10."... A pelota não largou Zizinho, a pelota o FAREJAVA e seguia com uma FIDELIDADE DE CADELINHA ao seu dono." Ao empregar os termos "farejava" e "fidelidade de cadelinha" , o narrador decide dar a bola uma condição que não é própria dela, mas que em sua opinião poderia ser-lhe atribuída. que condição é essa?Quando acabou a etapa inicial do jogo Brasil x Paraguai, o placar acusava um lírico, um platônico 0 x 0. Ora, o empate é o pior resultado do mundo. O torcedor sente-se roubado no dinheiro da entrada e inclinado a chamar os 22 jogadores, o juiz e os bandeirinhas de vigaristas. Acresce o seguinte: — de todos os empates o mais exasperante é o de 0 x 0. Essa virgindade desagradável e irredutível do escore já humilhava o público e, ao mesmo tempo, o enfurecia.Súbito, o alto-falante do estádio se põe a anunciar as duas substituições brasileiras: — entravam Zizinho e Walter. Foi uma transfiguração. Ninguém ligou para Walter, que é um craque, sim, mas sem a tradição, sem a legenda, sem a pompa de um Ziza. O nome que crepitou, que encheu, que inundou todo o espaço acústico do Maracanã foi o do comandante banguense. Imediatamente, cada torcedor tratou de enxugar, no lábio, a baba da impotência, do despeito e da frustração. O placar permanecia empacado no 0 x 0.Mas já nos sentíamos atravessados pela certeza profética da vitória. Os nossos tórax arriados encheram-se de um ar heroico, estufaram-se como nos anúncios de fortificante.Eis a verdade: — a partir do momento em que se anunciou Zizinho*, a partida estava automática e fatalmente ganha. Portanto, público, juiz, bandeirinhas e os dois times podiam ter se retirado, podiam ter ido para casa. Pois bem: — veio o jogo. Ora, o primeiro tempo caracterizara-se por uma esterilidade bonitinha. Nenhum gol, nada. Mas a presença de Zizinho, por si só, dinamizou a etapa complementar, deu-lhe caráter, deu-lhe alma, infundiu-lhe dramatismo. Por outro lado, verificamos ainda uma vez o seguinte: — a bola tem um instinto clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque. Foi o que aconteceu: — a pelota não largou Zizinho, a pelota o farejava e seguia com uma fidelidadede cadelinha ao seu dono. (Sim, amigos: — há na bola uma alma de cachorra.)No fim de certo tempo, tínhamos a ilusão de que só Zizinho jogava. Deixara de ser um espetáculo de 22 homens, mais o juiz e os bandeirinhas. Zizinho triturava os outros ou, ainda, Zizinho afundava os outros numa sombra irremediável. Eis o fato: — a partida foi um show pessoal e intransferível.E, no entanto, a convocação do formidável jogador suscitara escrúpulos e debates acadêmicos. Tinha contra si a idade, não sei se 32, 34, 35 anos. Geralmente, o jogador de 34 anos está gagá para o futebol, está babando de velhice esportiva. Mas o caso de Zizinho mostra o seguinte: — o tempo é uma convenção que não existe nem para o craque, nem para a mulher bonita. Existe para o perna-de-pau e para o bucho. Na intimidade da alcova, ninguém se lembraria de pedir à rainha de Sabá, a Cleópatra, uma certidão de nascimento.Do mesmo modo, que importa a nós tenha Zizinho dezessete ou trezentos anos, se ele decide as partidas? Se a bola o reconhece e prefere?No jogo Brasil x Paraguai, ele ganhou a partida antes de aparecer, antes de molhar a camisa, pelo alto-falante, no intervalo.Em último caso, poderá jogar, de casa, pelo telefone.* Brasil 3 x 0 Paraguai, 13/11/1955, no Maracanã. Zizinho fez dois gols e deu o passe para Escurinho marcar o seu.
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