Em viagem aos Estados Unidos, o jovem nobre francês Alexis de Tocqueville relatou o que viu em sua famosa obra “A democracia na América”, escrita em 1835. Em sua visão, a sociedade estadunidense estava composta pelos: “[...] colonos americanos [que] exerciam, desde o início, direitos de soberania. Nomeavam os seus magistrados, concluíam a paz, declaravam a guerra, promulgavam as leis, como se sua fidelidade só fosse devida a Deus. [...] Nas leis da Nova Inglaterra encontramos o germe e o desenvolvimento da independência local é a mola da liberdade americana de nossos dias. TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na América: leis e costumes. Livro I. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 73. Partindo da leitura do excerto assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, o pensamento do autor: 1: Pretende, enquanto teórico, pautar a política e seus embates nas relações e lutas das classes sociais. 2: Afirma que o Estado é a corporificação da classe dominante, sendo, portanto, favorável à sua destruição por meio de uma revolução socialista. 3: Era necessário diminuir o número de associações intermediárias e instituições representativas para ampliar o poder e expandir as intenções do Estado. 4: Em sua visão, a independência dos EUA foi motivada, no plano ideológico, por princípios do Iluminismo, entre eles, o de participação do indivíduo no processo político na condição de cidadão. 5: Acredita que os camponeses possuem condições de vidas similares, característica que os configuram como uma classe social. Entretanto, falta-lhes a capacidade de unidade, a ponto de analisar o que seria melhor para todos dentro do seu segmento.
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Considere o excerto abaixo: Desde a obra “A democracia na América” (1835), de Alexis de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América Ibérica, constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social no continente. Nessa obra, a América do Sul é descrita como o lugar em que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo era “grave, sério, solene dissera-se que fora criada para se tornar província da inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos”. (...) A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigente em seus espaços nacionais (...). No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não estando presentes nos vocabulários dos autores consagrados como fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica. VIANNA, Luís Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 248-249. Quanto à constituição do fragmento de texto exposto acima, deve-se 1: analisar a presença humana e suas competências em agir na natureza, com o objetivo de implantar uma sociedade igualitária. 2: reconhecer que a obra de Alexis de Tocqueville inaugurou uma nova forma de pensar a América, baseada mais na emoção do que na razão. 3: compreender que a forma de pensamento social na América Latina do século XIX viabilizou os Estados Unidos como ponto de referência para o esforço de concretização de objetivos na América Ibérica. 4: entender as distinções da democracia estadunidense em relação à democracia latino-americana, levando em consideração que a democracia estadunidense é durável, universal e foge à interferência humana. 5: afirmar que as distinções existentes entre América Latina e América Anglo-Saxônica são provenientes das distinções culturais existentes entre povos ameríndios que habitavam essas regiões no período anterior à conquista e colonização europeia.
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Considere o excerto abaixo: Novelas vivem de conflitos. Eles são movidos, quase todos, pela oposição do bem e do mal. Esse confronto dramático nos empolga. Talvez por isso a democracia não nos empolgue tanto, no seu dia a dia: porque, nela, os conflitos são a norma e não a exceção. Ela é o único regime em que divergir, sem ter de se explicar e justificar, é legítimo. Quando uma democracia funciona bem, não escolhemos em razão da honestidade e competência - que deveriam existir nos dois ou mais lados em concorrência - mas com base nos valores que preferimos, por exemplo, liberalismo ou socialismo. Mas nossa tendência, mesmo nas democracias, é converter as eleições em lutas do bem contra o mal. É demonizar o adversário, transformá-lo em inimigo. Creio que isso explica por que a democracia, uma vez instalada, empolga menos que a novela. De noite, dá mais prazer reeditar o ágon [assembleia] milenar do bem e do mal, do que aceitar que os conflitos fazem parte essencial da vida e, portanto, as duas partes podem ter alguma razão. Aliás, há muitos séculos que é encenada essa situação de confronto irremediável entre dois lados que têm razão: desde os gregos antigos, tem o nome de tragédia. A democracia é uma tragédia sem final infeliz - ou, talvez, sem final. As novelas recompensam, em geral, os bons. Mas eles são bons só na vida privada. É difícil alguém se empenhar em melhorar a cidade, a sociedade. As personagens boas são afetuosas, solidárias, mas não têm vida pública. As personagens más são menos numerosas, mas são indispensáveis. Condimentam a trama. Seu destino é mais variado, e assim deve ser, se quisermos uma boa novela. Não podem ser todas punidas, nem sair todas impunes. Adaptado de: RIBEIRO, Renato Janine. O Estado de S. Paulo, 11 de setembro de 2010. Analisando o excerto, é correto afirmar que a democracia 1: é o pior dos regimes, pois sempre há divergências e nunca há acordos. 2: é uma ação dinâmica, na qual se manifestam opiniões, escolhas pessoais e valores divergentes. 3: padroniza o comportamento e desejos das pessoas mediante regras que devem ser seguidas religiosamente. 4: é fictícia e fantasiosa, fazendo com que as pessoas se distanciem da realidade e acreditem estar vivendo em um conto de fadas. 5: depende, assim como nas novelas, que as pessoas acompanhem os seus desdobramentos de perto, de forma a prevalecer as atitudes boas em relação às más.
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