Literatura também é espaço para o protagonismo feminino Com vinte e poucos, a mulher cearense que era filha e neta de cordelistas sentia algumas angústias crescerem. Ela temia o fim da arte popular que simbolizava suas origens. Eonline: Quais são seus desejos como escritora ao abordar temas como a história de mulheres inspiradoras? Jarid Arraes: Desde o começo a minha proposta era trazer protagonistas mulheres, negras, falar sobre questões sociais e contra as diversas formas de preconceito e discriminação, porque acreditei — e ainda acredito, agora atestando todos os dias — que o cordel tem esse potencial transformador maravilhoso, por ser uma literatura acessível, lúdica, que dialoga diretamente com as pessoas e é tão fácil de compartilhar. Eu desejo honrar minha ancestralidade negra e também nordestina; quero contar as histórias de tantas pessoas, principalmente mulheres, que fazem parte do meu passado e do passado do nosso país e que contribuíram com grandes lutas, conquistas e transformações sociais. Mas não quero falar somente dessas heroínas como Dandara dos Palmares ou Tereza de Benguela, quero contar as histórias das mulheres desconhecidas, muitas vezes anônimas, mas que fazem parte das nossas raízes. Enxergar as mulheres, e especificamente as mulheres negras, como protagonistas da história do Brasil e das suas próprias histórias é algo impactante. Em uma entrevista, a cordelista trata da sua visão da função do cordel. O trecho evidencia tal função uma vez que a temática aborda a) um problema social de ausência de personagens femininas nos cordéis. b) um meio de ascensão da mulher no mercado de trabalho pelo protagonismo literário. c) uma discussão sobre o preconceito que extinguiu protagonistas mulheres na literatura. d) uma poesia estética e acrítica sobre as grandes heroínas negras brasileiras. e) uma produção que dê visibilidade às questões sociais de gênero e raça.
Responda

Helpful Social

Copyright © 2024 ELIBRARY.TIPS - All rights reserved.