O pão e o circoSeguindo os princípios mais elevados da sabedoria política, o imperador nunca descurava*(descuidava) os atores e os outros protagonista do circo e do anfiteatro. Sabia bem que os romanos se conquistam sobretudo com duas coisas: a distribuição do trigo e os espetáculos públicos. O governo de um imperador é avaliado tanto pelos divertimentos como pelas coisas sérias. Descurar os assuntos importantes pode provocar um prejuízo maior, mas descurar os os divertimentos provoca maior descontemento. As distribuições públicas recompensam apenas os plebeus inscritos nas listas frumentárias*(distribuição gratuita de trigo aos pobres). Mas com os espetáculos todos são recompensados.(Excerto de documento atribuído a Marco Cornélio Frontão, escrito no ano de 163 d.C.)Considerando o que você leu no texto acima e no texto Violência como espetáculo: o pão, o sangue e o circo, de Norberto Luiz Guarinello, é válido afirmar que:Escolha uma:a. Embora haja divergências no entendimento a respeito do papel que desempenharam os combates de gladiadores e os espetáculos nos anfiteatros durante o império romano, é posição unânime entre os historiadores que eles representaram somente momentos marcados pela violência e a manipulação política da população mais pobre e que constituíram manifestações que não deixaram repercussões na história, não tiveram correspondentes em outros momentos históricos. b. O estudo dos combates e lutas de gladiadores durante o império romano atraem a atenção dos estudantes e, ressaltando o caráter apenas de violência e manipulação de massas, únicos aspectos que prevaleceram em tais espetáculos, o professor pode realizar um ótimo trabalho se comparar com outros eventos que ocorrem nas sociedades atuais. c. Tanto na visão da historiografia do século XIX e de boa parte da do século XX quanto nos estudos históricos mais recentes, o que prevalece no entendimento sobre as lutas de gladiadores nos anfiteatros do mundo romano é o caráter apenas de manipulação da população pobre, os plebeus, os únicos atraídos pela violência dos combates. d. Divergindo da historiografia do século XIX e de boa parte do século XX, que atribuía a violência dos jogos de gladiadores aos instintos baixos e vis da plebe de Roma e das províncias, ao mesmo tempo enganada e cúmplice da política do pão e circo, a historiografia atual ressalta que os espetáculos no mundo romano constituíram não apenas momentos de diversão e prazer, mas também espaços de ação política, religiosa, cultural e identitária. O anfiteatro era um espaço onde a população, não apenas via, mas se fazia ver e ouvir, no qual imperador e plebe, dirigentes e dirigidos, se confrontavam face a face, onde o anonimato da massa conferia força e consistência para o apoio ou as reivindicações da plebe.
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