Manifesto da Poesia Pau-Brasil A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança. Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. (...) O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho. A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária. A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os outros. Uma única luta - a luta pelo caminho. Dividamos: poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação. A primeira fase do Modernismo brasileiro é marcada por um forte caráter anárquico que busca romper com todas as estruturas do passado. O trecho do Texto Gerador 1 que mais evidencia essa busca por uma ruptura dos modelos de reprodução da arte tradicional e pela construção de uma produção artística realmente brasileira é... (a) “A poesia existe nos fatos.” (b) “O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil.” (c) “O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.” (d) “Dividamos: poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação.” (e) “Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar.”
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