Para responder a esta questão, leia o texto abaixo:PARA QUE NINGUÉM A QUISESSEPorque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se ascendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não atravessava praças. E evitava sair.Tão esquiva se fez, que foi deixando de ocupar-se, permitindo que fluísse em silêncios pelos cômodos, mimetizada como os móveis e as sombras.Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.COLASANTI, Marina. Para que ninguém a quisesse.In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro, Rocco, 1986. p.111-112.Que elementos do texto sugerem que a mulher está envergonhada?A)"Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou as joias".B)"Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela".C)"Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas".D)"E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda".E)"Esquiva como um gato, não atravessava praças. E evitava sair".
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Para responder a esta questão, leia o texto abaixo:PARA QUE NINGUÉM A QUISESSEPorque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se ascendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não atravessava praças. E evitava sair.Tão esquiva se fez, que foi deixando de ocupar-se, permitindo que fluísse em silêncios pelos cômodos, mimetizada como os móveis e as sombras.Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.COLASANTI, Marina. Para que ninguém a quisesse.In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro, Rocco, 1986. p.111-112.Segundo o texto, pode-se concluir que o homem:A)Já foi traído pela sua esposa.B)É sovina em relação à sua esposa.C)Tem comportamentos que sugerem que ele já foi infiel à sua esposa.D)É machista em relação à sua esposa.E)Não amava sua esposa no início do texto.
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