Leia o trecho a seguir, retirado do texto de Philippe Descola que acabamos de ler:"Os mal-entendidos — aliás, por vezes, produtivos — entre minoriastribais e movimentos ecologistas devem-se ao fato de que, a despeito desimilitudes superficiais e interesses táticos comuns, suas respectivas atitudes com relação à natureza são totalmente diferentes. Proteger os animais outorgando-lhes direitos — ou impondo aos humanos deveres para com eles — é apenas estender a uma nova classe de seres os princípios jurídicos que regem as pessoas, sem colocar em causa de maneira fundamental a separação moderna entre natureza e sociedade. A sociedade é fonte do direito, os homens o administram, e é porque são condenadas as violências para com os humanos que as violências com relação aos animais se tornam condenáveis. Não é nada disso para numerosas sociedades pré-modernas, que, encarando os animais não como sujeitos de direito tutelado, mas como pessoas morais e sociais plenamente autônomas, se empenham tão pouco em estender-lhes sua proteção, quanto julgam desnecessário velar pelo bem-estar de vizinhos distantes. Decidir tratar a natureza com respeito e benevolência supõe que a natureza exista — e também, sem dúvida, que tenha sido primeiramente maltratada. Quando a natureza não existe sob a forma de uma esfera autônoma, a relação com os animais só pode ser diferente da nossa, e a questão sobre matar um animal só pode se colocar em termos muito distintos daqueles que nos são familiares. É isso que um desvio pela Amazônia poderia permitir estabelecer" (Descola, 1998, p.25).Agora, assinale a alternativa que corresponde ao argumento central do artigo: Trata-se de uma discussão em torno da apropriação dos movimentos ambientais dos discursos indígenas sobre a não separação entre natureza e cultura, dando destaque para o mapeamento destes movimentos na Europa.Trata-se de uma comparação entre distintos povos amazônicos no que diz respeito à sua relação com a caça; sendo que o autor destaca a diferença radical entre estes povos: alguns concebem a natureza como esfera contínua à cultura e outros opõem radicalmente estes polos.Trata-se de uma comparação entre as sociedades ocidentais e as sociedades amazônicas no que diz respeito à sua relação com os animais; sendo destacado que há uma diferença substancial no modo como estas sociedades relacionam os polos natureza e cultura.Trata-se de uma discussão sobre as distintas formas de concepção dos pólos natureza e cultura nas sociedades ocidentais e naquelas orientais. Nas segundas o animal é percebido como estando vinculado aos homens, no sentido de que estes partilham de uma mesma cultura.
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