A arte é eternamente importuna, permanentemente revolucionária. Assim é porque o artista, na medida da sua grandeza, sempre confronta o desconhecido, e o que traz de volta desta confrontação é uma novidade, um novo simbolo, uma nova visão da vida, a imagem exterior de coisas interiores. Sua importância para a sociedade não é o fato de que ele exprime opiniões recebidas ou dá expressão clara aos sentimentos confusos das massas: esta é a função do político, do jornalista, do demagogo. O artista é o que os alemães chamam de ein Ruttler, um perturbador da ordem vigente. O maior inimigo da arte é a mente coletiva em qualquer das inúmeras manifestações. A mente coletiva é como a água que sempre procura o nível mais baixo da gravidade: O artista luta para sair desse pântano, para buscar um nível mais elevado de sensibilidade e percepção individuais. Os sinais que manda de volta muitas vezes são incompreensiveis para a multidão, mas em seguida vem os filósofos e os críticos para interpretar a mensagem(...). Acredito que só haja um modo de salvar a nossa civilização e este é reformar de tal maneira as sociedades que a compõm que, no sentido das frases já definidas, os fenômenos sensoriais concretos da arte sejam novamente manifestados em nossa vida quotidiana. Dei a esta reforma o nome de EDUCAÇÃO PELA ARTE e que agora tem defensores em todo o mundo. Mas o que não salientei suficientemente, e o que muitos dos meus companheiros de trabalho neste campo não compreendem o bastante, é a natureza revolucionária do remédio(...). Uma educação pela arte não prepara os seres humanos para os atos irracionais e mecânicos da indústria moderna, não os concilia com um lazer destituido de propósito construtivo, não os deixa satisfeitos com o entretenimento passivo. Ela visa criar agitação e crescimento em toda parte, substituir a conformidade e imitação em cada cidadão por um dote de poder imaginativo "num tipo que não se tomou por empréstimo e que é todo seu". Herbert Read, 1967.
2 votes Thanks 3
GellenN
A arte em todas as sua funções tem a capacidade de ajudar a sociedade atual assim também como a passada e a futura . Através da arte a uma forma de expressar sentimentos ,também pode relatar , mostrar a realidade em que vivemos, de alguma forma faz nos contemplarmos a vida em um todo , a arte vem também nos revelar atos , acontecimentos do passado nos trazendo conhecimento , com a arte se a uma comunicação entre o criador ou seja o artista e a quem se observa , também e uma forma de tratar terapeuticamente ,muitas das vezes salvam jovens de uma realidade bastante precária e ate preocupante e o leva a ter uma vida normal ate .
Lista de comentários
Verified answer
A arte é eternamente importuna, permanentemente revolucionária. Assim é porque o artista, na medida da sua grandeza, sempre confronta o desconhecido, e o que traz de volta desta confrontação é uma novidade, um novo simbolo, uma nova visão da vida, a imagem exterior de coisas interiores. Sua importância para a sociedade não é o fato de que ele exprime opiniões recebidas ou dá expressão clara aos sentimentos confusos das massas: esta é a função do político, do jornalista, do demagogo. O artista é o que os alemães chamam de ein Ruttler, um perturbador da ordem vigente. O maior inimigo da arte é a mente coletiva em qualquer das inúmeras manifestações. A mente coletiva é como a água que sempre procura o nível mais baixo da gravidade: O artista luta para sair desse pântano, para buscar um nível mais elevado de sensibilidade e percepção individuais. Os sinais que manda de volta muitas vezes são incompreensiveis para a multidão, mas em seguida vem os filósofos e os críticos para interpretar a mensagem(...). Acredito que só haja um modo de salvar a nossa civilização e este é reformar de tal maneira as sociedades que a compõm que, no sentido das frases já definidas, os fenômenos sensoriais concretos da arte sejam novamente manifestados em nossa vida quotidiana. Dei a esta reforma o nome de EDUCAÇÃO PELA ARTE e que agora tem defensores em todo o mundo. Mas o que não salientei suficientemente, e o que muitos dos meus companheiros de trabalho neste campo não compreendem o bastante, é a natureza revolucionária do remédio(...). Uma educação pela arte não prepara os seres humanos para os atos irracionais e mecânicos da indústria moderna, não os concilia com um lazer destituido de propósito construtivo, não os deixa satisfeitos com o entretenimento passivo. Ela visa criar agitação e crescimento em toda parte, substituir a conformidade e imitação em cada cidadão por um dote de poder imaginativo "num tipo que não se tomou por empréstimo e que é todo seu".Herbert Read, 1967.