Analise atentamente os textos que se dispõem a seguir para responder ao que se solicita na sequência.



Texto I:

Em uma de suas mais importantes obras, intitulada Esboço de uma teoria polifônica da enunciação (DUCROT, 1987), uma das principais ideias defendidas pelo eminente linguista francês Oswald Ducrot (1930) é a de que uma descrição linguística voltada unicamente às indicações semânticas contidas no enunciado não deve levar em conta o produtor empírico desse enunciado (ou seja, o falante que, de fato, o produziu). É exatamente por tal razão que esse autor define enunciação como o fato constitutivo do aparecimento do enunciado. Se feita uma analogia entre essa definição de enunciação com a proclamada por Émile Benveniste, se notará um ponto nevrálgico nas opiniões de ambos os estudiosos, o qual se verifica no fato de que, enquanto Benveniste enfatiza o ato de apropriação da língua por parte de um falante, Ducrot, em sua compreensão, não faz qualquer referência ao indivíduo que enuncia.



Texto II:

Herdeiro do estruturalismo saussuriano, Oswald Ducrot, ao propor a Teoria da Argumentação na Língua e a Polifonia para descrever a concepção do sentido nas línguas naturais, se afasta, a uma só vez, da concepção benvenistiana de subjetividade na língua e da Teoria dos Atos de Fala de John L. Austin. A partir da mobilização de categorias ducrotianas para a análise de enunciados diversos, busquei corroborar a tese do autor de que o efeito argumentativo de um dizer resulta das relações entre pontos de vista colocados em cena por um locutor, ser do discurso. Usamos a língua, portanto, não para ter acesso às verdades do mundo, tal qual preconiza a Semântica Formal, mas para constituí-lo e tentar fazer o outro compartilhar da nossa verdade.



Resumo extraído do Artigo: OSWALD DUCROT E A ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA: A VIRADA ESTRUTURALISTA NA CONCEPÇÃO DOS SENTIDOS, publicado na Revista Caletroscópico, da Universidade Federal de Ouro Preto – MG, em jul./dez. 2016. Disponível on line em: Acesso aos 20-01-2018.



BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I, Campinas: Ed. Pontes, 2005.

DUCROT, O. Princípios de semântica linguística (dizer e não dizer), São Paulo: Ed. Cultrix, 1979.



De acordo com os conteúdos ora expostos nos Textos I e II, pode-se assumir que:



I. A enunciação é um processo entendido de modos distintos por Émile Benveniste e Oswald Ducrot.

II. Para Ducrot e Benveniste, o que todos os recursos linguísticos têm em comum é o fato de colocarem em evidência o locutor em sua relação com o alocutário, no momento em que aquele converte a língua em discurso dirigido.

III. No entendimento de Oswald Ducrot sobre enunciação, o sujeito que enuncia (ou o falante) é um fator importante a ser considerado.

IV. Conforme a concepção de Oswald Ducrot, em referência ao processo de enunciação, o emissor de um enunciado não têm a mesma relevância que teria, na compreensão de Émile Benveniste sobre essa questão.

Em relação ao contexto apresentado, assinale a alternativa correta.

Alternativas:

a)

As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.



b)

Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.



c)

Apenas as afirmativas II e III estão corretas.



d)

Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
e)

Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
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