A prática jornalística precisou se adaptar ao novo cenário das tecnologias digitais, que impulsiona uma economia e uma cultura baseadas na interatividade e na flexibilidade dos fluxos de comunicação. Os dispositivos móveis, como smartphones e tablets, são elementos propulsores de um novo ciclo da tecnologia, denominado comunicação móvel.
Segundo Scolari et al. (2009), esse novo ciclo é caracterizado pela onipresença (capacidade de estar presente em qualquer lugar); pela convergência de funções e linguagens; pelaintegração de modelosbroadcasting (um-todos), unicasting (um-um) e multicasting (todos-todos); e pela bidirecionalidade (o usuário pode, ao mesmo tempo, consumir e produzir conteúdo, bem como conteúdos e serviços planejados de acordo com a localização).
O consumo de informações em mobilidade também impulsionou a criação de recursos distintos. Atactilidade,propriedade de uso do tato para manipular telas sensíveis ao toque, é uma característica marcante dos smartphones e dos tablets atuais. Nos smartphones, pode-se explorar umalógica de consumo baseada no áudio e, no tablet, podem-se utilizar conteúdos multimídia.
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Pode-se formular um aplicativo que explore:
a) as conexões entre os usuários (jovens com o mesmo perfil em várias cidades);
b) as linguagens usadas por eles, com elementos de videogame, jogos digitais e de consumo de fotografias;
c) potencial de produzir conteúdo.
Uma ideia interessante seria de um aplicativo que funcionasse com base em uma linguagem audiovisual, por meio da qual o jovem poderia enviar vídeos curtos e fotografias de eventos/notícias do metrô. Ele poderia também contar para outros usuários como é o transporte público de sua cidade, o que precisa mudar, etc. Esse material ficaria disponível no aplicativo e, depois, poderia ser utilizado pela equipe do Jornal Nacional (JN) para produzir matérias jornalísticas para a televisão, o que, consequentemente, levaria esse jovem a consumir notícias televisivas.
Esse produto seria inovador para o JN, pois explora a colaboração do usuário – mais jovem, público não cativo do jornal –, usando sua própria linguagem. O aplicativo também auxiliaria o jornal a descobrir os temas de interesse e que são motivo de preocupação por parte desses usuários.
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Resposta:
A proposta de criar um aplicativo que explore as conexões entre os usuários, suas linguagens e potencial de produção de conteúdo é uma abordagem inovadora e alinhada com as características do ciclo de comunicação móvel descrito por Scolari et al. (2009).
a) **Conexões entre os usuários:**
- A ideia de conectar jovens com o mesmo perfil em várias cidades promove uma comunidade virtual que compartilha interesses comuns, criando uma rede social específica para esse público.
b) **Linguagens usadas por eles:**
- A incorporação de elementos de videogames, jogos digitais e consumo de fotografias atende às preferências e linguagens típicas desse público mais jovem, tornando o aplicativo mais atrativo e alinhado com seus hábitos.
c) **Potencial de produzir conteúdo:**
- Permitir que os usuários enviem vídeos curtos e fotografias sobre eventos/notícias do metrô e compartilhem experiências do transporte público adiciona uma dimensão participativa ao aplicativo, envolvendo-os ativamente na produção de conteúdo.
A sugestão de integrar esse material na produção de matérias jornalísticas para o Jornal Nacional demonstra uma abordagem inovadora para incluir a perspectiva desses jovens na cobertura jornalística tradicional.
Portanto, essa proposta apresenta uma visão contemporânea e participativa da prática jornalística, aproveitando as características da comunicação móvel e promovendo a interatividade entre usuários e veículos de notícias.