O que está em causa é a necessidade de se pensar, sem rodeios nem nostalgias, em como confrontar esta lógica de mercadorização dos espaços públicos, históricos e monumentais, com outras lógicas, nomeadamente a do espírito de comunidade e associação, das relações de afetividade e do espírito de lugar, dos objetivos de encontro, festa e entretenimento, ou mesmo as estratégias de emblematização das identidades (Fortuna e Peixoto, 2002). (...) Necessitamos, para tanto, de assegurar um requisito fundamental: é preciso que o redesenvolvimento cultural das cidades e dos seus espaços resulte de uma conferência alargada de consenso participado que se debruce sobre o lugar e o significado do tempo e do espaço na cidade, para o que se torna essencial pôr em confronto as visões dispares do que antes designei por cidade e "não"-cidade e as suas respectivas leituras e sentidos desta relação espácio-temporal. Se esta é a hipótese, a contra-hipótese traduz-se no fato de, perante a impossibilidade desta conferência de consenso, a cidade, em vez de diversa, permanecer sujeita a intervenções mediocres, ou à arrogância e à insensibilidade de muitos profissionais das terceiras culturas, ou ao utilitarismo de muitos investimentos e usos dos seus espaços públicos. Ou mesmo a tudo isso simultaneamente.. FORTUNA, Carlos. Culturas urbanas e espaços públicos: sobre as cidades e a emergência de um novo paradigma sociológico. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 63, 2002. Sobre culturas urbanas, é possível afirmar que

A. é um conceito equivocado, pois não se pode falar em cultura urbana, apenas em subculturas, termo criado pelo sociólogo Michel Maffesoli.

B. estão ligadas à diversidade de identidades que pode ser encontrada no espaço urbano, mas trazem em comum certa crítica à forma como as sociedades têm se desenvolvido.

C. ainda que consigam construir grupos com identidades especificas, não é possível afirmar que isso é uma cultura, visto a fugacidade desses mesmos grupos.

D. os meios urbanos, por sua extensão e características próprias, dificultam a criação de expressões culturais específicas, por isso não existe uma cultura urbana.

E. embora seja possível encontrar formas de expressão e de identidades próprias a grupos sociais urbanos, é impossível afirmar que constituam expressões de uma cultura urbana, tendo em vista o pequeno nível de sofisticação dessas expressões.​
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