Em 2020, o Brasil foi assunto no mundo inteiro pelas crescentes quemad
e a Amazônia. Em evento da ONU em setembro, o president
responsabilidade pelas queimadas a causas naturais
comunidades tradicionais, como as indigenas
A fala gerou muita polêmica e respostas por parte de diversas entidades ambiental
responsabilidade das queimadas, principalmente, ao agronegócio, o modelo de produção
dominante na região.
Leia os trechos a seguir, extraidos da carta publica assinada por mais de noventa movimento
sociedade civil em oposição às afirmações do presidente.
1) A culpa é do agro: as queimadas são estratégias para consolidar a grilagem
Os grileiros se aproveitam da leniência do governo para incendiar o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia e,
assim, destruir a vegetação das terras públicas, em sua maioria devolutas e tradicionalmente ocupadas, buscando
consolidar processos de grilagem. Contam, desde o principio, com a perspectiva de posterior regularização
fundiária sobre as terras griladas, ou mesmo com a conivência dos Cartórios de Imóveis, e com a anistia do
desmatamento ilegal, mesmo sobre áreas de reserva legal obrigatória de imóveis rurais já regularizados. É um
ciclo histórico de fogo, desmatamento, grilagem e anistia, baseado na certeza da impunidade, e aprofundado por
um governo que desmonta os órgãos de fiscalização e monitoramento e arma as classes proprietárias rurais para
avançar com a pistolagem e conflitos no campo.
O Estado brasileiro tem buscado institucionalizar a grilagem de terras através de diferentes ações.
[...]
3) O uso do fogo nos sistemas agrícolas tradicionais é um saber ancestral e muito diferente dos incendios
criminosos do agro
Nos diferentes ecossistemas de florestas, campos, áreas úmidas e savanas, há tradições de manejo por meio do
uso do fogo para promover a fertilização da terra para novo plantio (como na roça de toco, coivara ou itinerante).
para manejar pasto nativo para criação de gado e/ou para a rebrota de algumas espécies de uso extrativista.
Este processo é parte da constituição da agrobiodiversidade ao longo do tempo, ou seja, o cultivo consciente da
combinação de uma diversidade de espécies vegetais de interesse humano, seja para alimentação, criação animal,
artesanato, arquitetura, medicina ou rituais.
Esse fogo manejado seja no Cerrado, no Pantanal ou na Amazônia
por meio de regras consuetudinárias que respeitam o tempo e o lugar certo (áreas pequenas e de uso rotativo) e a
nos sistemas tradicionais é realizado
forma de fazer o fogo, garantindo que ele não se alastre. Os povos e comunidades querem garantir as matas de pé
e, por isso, cuidam desse processo e estabelecem protocolos coletivos.
Os incêndios criminosos, ao contrário, têm por objetivo devastar para consolidar a grilagem. São feitos
especialmente no tempo seco e a partir de vários focos, muitas vezes usando árvores e galhos em leiras em áreas
preparadas para que o fogo se alastre. Os levantamentos sobre os focos de incêndio a partir de propriedades privadas
no Pantanal demonstram essa dinâmica criminosa que o governo Bolsonaro quer acobertar, criminalizando os
sistemas tradicionais! [...]
O AGRO é fogo: queimadas são responsabilidade do agronegócio.
a. O agronegócio ao qual a carta se refere é o modelo de produção agropecuária dominante na região Centro-Oes-
te. Pesquise e escreva as principais características desse tipo de produção.
b. A partir do texto, como podemos explicar a diferença entre a prática de uso de fogo pelas comunidades tradi-
cionais e as queimadas que ocorreram na região em 2020?
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