Preciso de um pequeno resumo desse texto.

Voltando ao silogismo aristotélico, é possível afirmar que ele fornece menos instrumentos para persuadir o interlocutor a respeito da verdade das premissas nele utilizadas, diferentemente do silo- gismo da escola Nyâya, que o faz sobretudo na terceira parte do argumento, o "exemplo".

Será que isso significa que a estrutura argumentativa desenvolvida na India é melhor ou mais racional que a aristotélica? Talvez a pergunta deva ser alterada: faz sentido pensar utilizando ter- mos como melhor ou pior e não considerar as vantagens e as desvantagens de cada silogismo? Afinal, do ponto de vista formal, ou seja, considerando a ligação entre as premissas, o silogismo aristo- télico parece mais convincente que o da escola Nyaya. Em contrapartida, desconsiderando a validade formal, o silogismo da escola Nyâya parece ser mais convincente da verdade de suas premissas.

O mais importante a extrair disso, portanto, é a ideia de que não há oposição entre o pensamento ocidental "racional" e o pensamento oriental "irracional", mas racionalidades diferentes. Desse modo, não faz sentido supor que a razão se desenvolveu no Ocidente e não em outras culturas, pois ela se constitulu diferentemente em cada uma delas, de acordo com suas respectivas histórias e contextos.

Os moístas
Na China, a lógica foi desenvolvida pelos molstas. Esse nome é derivado de Mo Ti (século V a.C.), o fundador da escola de pensamento de que faziam parte. Mo Ti pregava o amor universal entre os seres humanos, criticava a guerra e pensava em estratégias de defesa para evitar que os povos fossem oprimidos. Ao estudar tais estratégias e fortificações, os moistas passaram a se interessar por assuntos relacionados à mecánica e à ótica, desenvolvendo uma inclinação pela ciência experimental. Além disso, eles analisavam o funcionamento da mente ao observar fatos e as noções de causa e efeito, aproximando-se de importantes processos de argumentação e raciocínio: a dedução (quando se parte do geral para o particular para se chegar a uma conclusão) e a indução (quando se val do particular ao geral).

Outro exemplo relevante para colocar em xeque a suposta superioridade racional dos europeus foi fornecido pelo antropólogo e etnólogo francês contemporâneo Pierre Clastres. Ele argumenta que os povos indigenas americanos não desenvolveram uma instituição de poder coercitivo como a ocidental ou seja, o Estado-intencionalmente, pois, para eles, submeter se ao poder do Estado significaria o mesmo que se sujeitar aos arbítrios da natureza. O argumento de Clastres contraria a ideia de que eles eram "primitivos" e não alcançaram o nivel de desenvolvimento racional e social necessário para a formação do Estado.​
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