Leia o texto abaixo: Então se despediu da Rainha, e tomou o Conde pela mão, e saíram ambos da câmara a uma grande casa que era diante, e os do Mestre todos com ele, e Rui Pereira e Lourenço Martins mais acerca. E chegando-se para o Mestre com o Conde acerca duma fresta, sentiram os seus que o Mestre lhe começava a falar passo, e estiveram todos quedos. E as palavras foram entre eles tão poucas, e tão baixo ditas, que nenhum por então entendeu quejandas eram. Porém afirmam que foram desta guisa: --- Conde, eu me maravilho muito de vós serdes homem a que eu bem queria, e trabalhardes-vos de minha desonra e morte! --- Eu, Senhor? disse ele. Quem vos tal cousa disse, mentiu-vos mui grã mentira. O Mestre, que mais tinha vontade de o matar, que de estar com ele em razões, tirou logo um cutelo comprido e enviou-lhe um golpe à cabeça; porém não foi a ferida tamanha que dela morrera, se mais não houvera. Os outros todos, que estavam de arredor, quando viram isto, lançaram logo as espadas fora, para lhe dar; e ele movendo para se acolher à câmara da Rainha, com aquela ferida; e Rui Pereira, que era mais acerca, meteu um estoque de armas por ele, de que logo caiu em terra, morto. Os outros quiseram-lhe dar mais feridas, e o Mestre disse que estivessem quedos, e nenhum foi ousado de lhe mais dar.” O texto transcrito acima é de Fernão Lopes e pertence à Crônica de D. João I. As crônicas de Fernão Lopes caracterizam-se por tentarem reproduzir a verdade histórica como se esta tivesse sido testemunhada. Por outro lado, é com Fernão Lopes que a língua portuguesa inicia o percurso da sua modernidade. Nestes termos, assinale, nas alternativas abaixo indicadas, a que melhor caracteriza o trecho transcrito da Crônica de D. João I. Escolha uma: a. Preocupação em mencionar os nomes de todas as pessoas presentes à morte do Conde para registro para a posteridade. b. Fidelidade absoluta aos acontecimentos históricos, valorizando os atos heroicos de D. João. c. Narração dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos e as ações dos envolvidos na cena. d. Utilização de uma linguagem elevada, de acordo com a reprodução dos fatos históricos e à altura das personagens envolvidas na cena.
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1- Leia com atenção a situação a seguir: Elton é um aluno da quinta série, de uma escola pública. Depois de um dia puxado na escola, sem muita coragem, mas sob a ordem da mãe exigente, senta para fazer a lição de casa. E hoje os professores capricharam: além dos exercícios habituais de cada disciplina, a professora de Geografia pediu um trabalho com texto de jornal. Eles deveriam selecionar uma matéria internacional, sobre algum fenômeno natural: um furacão, uma nevasca, uma enchente, qualquer um. Também não importava a data da matéria. Elton pegou alguns jornais velhos, que até então só serviam para juntar a sujeira do cachorro, e se viu em maus lençóis. Folheou o jornal, seção por seção: Esportes, Cultura, Classificados, o caderno de notícias nacionais, até que no caderno Mundo encontrou uma matéria sobre uma onda de calor nos EUA. Demorou mais ainda porque nessa busca, deparou-se com a seguinte piadinha em um tira e riu a valer, depois de ter tido que pensar um pouquinho: Irmão Olafi: ―Olá! Sou o irmão Olafi. Irmão Olafi: ― Vim iluminar a alma de vocês! Ed Sortudo: ― Hagar! Tem um sujeito aqui vendendo velas!(retirado da Folha de São Paulo, 06 de junho de 2005)Sobre o comportamento de leitor de Elton podemos levantar a seguinte hipótese:Escolha uma: a. O aluno não tem nenhum grau de autonomia leitora desenvolvida já que não sabe sequer utilizar um jornal. b. A autonomia na leitura do aluno é parcial, uma vez que ele tem alguma dificuldade em otimizar seu projeto de leitura por não ter familiaridade com as partes internas do suporte “jornal”, mas é capaz de rir de uma piada que demanda a mobilização de um conhecimento linguístico sobre os sentidos da palavra iluminar. c. A autonomia do aluno é total, uma vez que ele alcança os objetivos de leitura (conseguir uma reportagem internacional sobre um fenômeno natural e rir da piada) de maneira plena e sem qualquer dificuldade. d. O aluno tem uma autonomia de leitura nula, pois encontra dificuldades em levar a cabo os projetos de leitura: encontrar uma reportagem internacional sobre um fenômeno natural e divertir-se com o texto humorístico. Como ele não conhece o suporte e nem mobiliza operações linguísticas, o que ele conseguiu foi fruto do acaso.2- Leia com atenção a situação a seguir:Elton é um aluno da quinta série, de uma escola pública. Depois de um dia puxado na escola, sem muita coragem, mas sob a ordem da mãe exigente, senta para fazer a lição de casa. E hoje os professores capricharam: além dos exercícios habituais de cada disciplina, a professora de Geografia pediu um trabalho com texto de jornal. Eles deveriam selecionar uma matéria internacional, sobre algum fenômeno natural: um furacão, uma nevasca, uma enchente, qualquer um. Também não importava a data da matéria. Elton pegou alguns jornais velhos, que até então só serviam para juntar a sujeira do cachorro, e se viu em maus lençóis. Folheou o jornal, seção por seção: Esportes, Cultura, Classificados, o caderno de notícias nacionais, até que no caderno Mundo encontrou uma matéria sobre uma onda de calor nos EUA. Demorou mais ainda porque nessa busca, deparou-se com a seguinte piadinha em um tira e riu a valer, depois de ter tido que pensar um pouquinho: Irmão Olafi: ―Olá! Sou o irmão Olafi. Irmão Olafi: ― Vim iluminar a alma de vocês! Ed Sortudo: ― Hagar! Tem um sujeito aqui vendendo velas!(retirado da Folha de São Paulo, 06 de junho de 2005)Agora, considere as habilidades a seguir:I. Avaliação crítica do texto. II. Antecipação do tema ou ideia principal a partir dos elementos paratextuais, como título, subtítulos, epígrafes, prefácios, sumários. III. Identificar referências a outros textos, buscando informações adicionais se necessário. Na tarefa de leitura proposta pela professora de Geografia, pela narrativa oferecida podemos afirmar que Elton mobilizou qual das habilidades descritas acima?Escolha uma: a. Todas as habilidades. b. Nenhuma das habilidades. c. I e II. d. I e III.
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Texto I A linguagem não é usada somente para veicular informações, isto é, a função referencial denotativa da linguagem não é senão uma entre outras; entre estas ocupa uma posição central a função de comunicar ao ouvinte a posição que o falante ocupa de fato ou acha que ocupa na sociedade em que vive. As pessoas falam para serem "ouvidas", às vezes para serem respeitadas e também para exercer uma influência no ambiente em que realizam os atos linguísticos. O poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada pelo falante e concentrá-la num ato linguístico (Bourdieu, 1977). Os casos mais evidentes em relação a tal afirmação são também os mais extremos: discurso político, sermão na igreja, aula, etc. As produções linguísticas deste tipo, e também de outros tipos, adquirem valor se realizadas no contexto social e cultural apropriado. As regras que governam a produção apropriada dos atos de linguagem levam em conta as relações sociais entre o falante e o ouvinte. Todo ser humano tem que agir verbalmente de acordo com tais regras, isto é, tem que "saber": a) quando pode falar e quando não pode, b) que tipo de conteúdos referenciais lhe são consentidos, c) que tipo de variedade linguística é oportuno que seja usada. ( ...) nem todos os integrantes de uma sociedade têm acesso a todas as variedades e muito menos a todos os conteúdos referenciais. Somente uma parte dos integrantes das sociedades complexas, por exemplo, tem acesso a uma variedade "culta" ou "padrão", considerada geralmente "a língua", e associada tipicamente a conteúdos de prestígio. (GNERRE, Maurizzio. Linguagem, escrita e poder.São Paulo: Martins Fontes, 1985)Texto II Pense-se em algumas formas de tratamento. "Tio" é empregado pelo menino que limpa o pára-brisa e pede um trocado ao dono do carro, que vira "Doutor" se quem lhe oferece o mesmo serviço é outro adulto. Já há algum tempo professores e professoras tornaram-se "tios" e "tias" nas salas de aula. Não há jogador de futebol que em público não se refira ao técnico de seu time como "professor". E o que dizem exatamente "meu irmão", "amizade", "ô meu", "cara" nas situações de uso? Valeria a pena indagar sobre os complexos sentimentos e valores implicados nessas utilizações – provavelmente mais reveladoras do nosso sistema de relações sociais do que pode avaliar aquele estudioso da linguagem que só as considera no âmbito dos "fenômenos", no plano mecânico das "variantes" justapostas.(CASTRO, Alencar de. Inédito)Gnerre (texto I) mostra a relevância do contexto linguístico e extralinguístico em que o ato verbal é produzido. Castro (texto II) concebe a produção do ato verbal de modo Escolha uma: a. análogo, reconhecendo que as diversas formas de tratamento remetem a um mesmo contexto extralinguístico. b. análogo, considerando indissociáveis as formas de tratamento das situações em que se produzem. c. diverso, minimizando a importância da situação na qual um discurso é produzido.d. diverso, considerando pouco relevante a forma linguística utilizada.
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