Sobre o poema de José Craveirinha, é correto afirmar: Quero ser tambor Tambor está velho de gritar ó velho Deus dos homens deixa-me ser tambor corpo e alma só tambor só tambor gritando na noite quente dos trópicos. E nem flor nascida no mato do desespero. Nem rio correndo para o mar do desespero. Nem zagaia temperada no lume vivo do desespero. Nem mesmo poesia forjada na dor rubra do desespero. Nem nada! Só tambor velho de gritar na lua cheia da minha terra. Só tambor de pele curtida ao sol da minha terra. Só tambor cavado nos troncos duros da minha terra! Eu! Só tambor rebentando o silêncio amargo da Mafalala. Só tambor velho de sangrar no batuque do meu povo. Só tambor perdido na escuridão da noite perdida. Ó velho Deus dos homens eu quero ser tambor e nem rio e nem flor e nem zagaia por enquanto e nem mesmo poesia. Só tambor ecoando a canção da força e da vida só tambor noite e dia dia e noite só tambor até à consumação da grande festa do batuque! Oh, velho Deus dos homens deixa-me ser tambor só tambor! Escolha uma: a. A ‘africanidade’ nos poemas de José Craveirinha se refere tão somente à África, limitando-se às fronteiras de Moçambique. b. Ao lado da musicalidade como meio para evocar os “naturais”, as imagens de “Quero ser tambor” se desdobram em direção à realidade do país. c. O grito do “Eu!” reforça a subjetividade do eu-lírico, negando a força que faz retumbar o tambor, metáfora das vontades do indivíduo. d. José Craveirinha se afasta dos valores e modos de pensar do povo colonizado, evitando a proximidade com as culturas locais.
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