Para o filósofo paulista Roland Corbisier (1914-2005) existe uma relação dialética entre o desenvolvimento econômico e a soberania cultural, de modo que a dependência econômica se reflete na dependência cultural. Quer dizer, um país pobre e dependente não importa apenas produtos industrializados e tecnologia, mas também bens imateriais. Tal fenômeno é chamado por Corbisier de “colonização cultural”. Sobre a perspectiva que o conceito de Colonização Cultural nos traz, assinale uma alternativa a seguir: A) A colonização cultural consiste na inculcação das ideias e valores dos países ricos e desenvolvidos aos países menos desenvolvidos, consistindo em um tipo de soft power, ou seja, mecanismos de dominação que usam aspectos culturais ou ideológicos. É importante frisar que, apesar das adaptações locais, o sistemacultural do colonizador permanece hegemônico. Apesar de todas as nuances que o Rock cearense encontra, estruturas e referências ideológicas são estrangeiras, impedindo, dessa maneira, a emergência de bens culturais próprios e genuinamente locais. B) Colonização cultural é o mesmo que a exportação de ideias e valores, de modo que o país importador adota a cultura de outro, incorporando-a ou substituindo a sua, pois isso está de acordo com a lógica de que há culturas superiores e culturas inferiores. Desta forma, o “complexo de vira-latas”, relatado em 1950, por Nelson Rodrigues, fez com que o Brasil percebesse sua condição inferior no contexto global, assumindo elementos de culturas desenvolvidas, e, assim, vislumbrando o desenvolvimento de uma indústria cultural nacional. C) Um país é culturalmente colonizado quando copia valores e ideias de outro país por considerar a cultura alheia melhor. É um processo no qual o país colonizador é passivo, não agindo para impor sua cultura, apenas servindo de modelo para os outros países. Como exemplo, podemos citar o caso do rock no Brasil, que copia o modelo norte-americano. D) A colonização cultural, numa sociedade do consumo, tornou-se uma estratégia político-econômica para os países menos desenvolvidos, pois ao incorporar ideias e valores de um país considerado desenvolvido, cria-se também a expectativa de sucesso social. É aquilo que se configurou, posteriormente, no hibridismo cultural, expresso no Rock brasileiro e também na Bossa Nova.
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Publicado em forma de livro em 1913 (e, antes, tendo sido publicado em folhetins, no jornal Correio da Manhã, nos primeiros anos de 1900), o romance Aves de Arribação, do autor cearense Antônio Sales (1868-1940), natural de Paracuru, e um dos fundadores da Padaria Espiritual, ambienta sua trama em Ipuçaba. Assim era chamada a cidade de Caucaia, no século oitocentista. Os dois textos apresentam temática referente a questões econômicas e comerciais, e pertencem a séculos distintos. A partir da leitura dos textos, escolha uma das opções: A) A “administração empresarial” (e com incentivos fiscais), tônica no Texto 8, é díspar ao tempo em que as “únicas fábricas conhecidas no município eram dois alambiques”, conforme consta no Texto 7, sinalizando que houve recrudescimento econômico da Região Metropolitana de Fortaleza. B) Em “e nem um hotel, nem um bilhar, nem um clube familiar, nem um café, nem um jornal!”, do Texto 7, e “alguns setores econômicos apresentaram maior dinamismo como o (...) das atividades turísticas e de lazer ligadas ao litoral.”, do Texto 8, são apresentadas situações de evolução no investimento de capital para além do viés tecnológico e industrial, de modo a ser percebida valorização multissetorial. C) A menção a “diversos incentivos”, presente no Texto 8, é contrastante com o excerto “A indústria têxtil era representada por algumas pobres famílias do Açude”, do Texto 7. D) Ipuçaba, a atual cidade de Caucaia, já vislumbrava ser polo de turismo praiano no início do século XX, enquanto neste início do século XXI tem voltado o potencial econômico de seu litoral para projetos de captação de energia eólica.
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consolidaram na Inglaterra ou nos Estados Unidos, por exemplo. Daí sua famosa conclusão de que, no Brasil, o liberalismo seria uma “ideia fora do lugar”. Por sua vez, Alfredo Bosi argumenta que, na verdade, a ortodoxia econômica liberal serviu para justificar os interesses da elite brasileira, composta por grandes latifundiários proprietários de escravos, pois o discurso liberal serviu não só para defender as “liberdades conquistadas em 1808, de produzir, vender e comprar” (BOSI, Dialética da colonização, p. 199), como também reconhecia que a inviolabilidade da propriedade privada é um direito fundamental. Diante do exposto, escolha uma opção: A) Segundo os autores, no Brasil o liberalismo não se consolidou, e não tem como se consolidar, devido à nossa tradição estatista, isto é, o povo brasileiro seria muito dependente do Estado e, por isso, carecia de iniciativa individual para viver por conta própria sem esperar auxílio do Estado e do governo. Essa relação paternalista com o Estado é que tornaria o brasileiro avesso ao liberalismo, uma ideologia que supõe menos Estado e mais liberdade individual. B) O liberalismo defende que a liberdade individual é o valor fundamental, sobrepondo-se a todos os outros e, por conta disso, é uma ideologia política incompatível com a escravidão, afinal o escravo é um indivíduo privado de seu bem mais precioso que é a liberdade. C) Segundo Alfredo Bosi, a admissão da inviolabilidade da propriedade privada pelo liberalismo serviu tanto para impedir a realização de uma reforma agrária quanto justificou a manutenção da escravidão, pois a propriedade privada da terra impossibilitava que ela fosse dividida e, como o escravo era visto antes como uma propriedade privada do que como uma pessoa, a abolição era considerada inaceitável, pois significaria a violação da propriedade dos donos de escravos, indo contra o que dizia a Constituição Brasileira e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. D) O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão negra, sendo coerente com os princípios liberais de respeito à liberdade individual, mas também porque não havia mais vantagem econômica de manter a escravidão.
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Sobre a origem geomorfológica e classificação dos campos de Inselbergues localizados nos limites municipais de Quixadá e Quixeramobim é correto afirmar: A) Os inselbergues são feições esculpidas em rochas graníticas Pré-Cambrianas (paleoproterozóicas) que foram exumadas pelos processos erosivos resultantes do aplainamento da superfície. Sua gênese está associada à meteorização diferencial, que ocorre mediante ao grau de resistências das rochas no entorno. B) Os inselbergues de Quixadá são classificados predominantemente em três tipos, de acordo com critérios morfogenéticos e intempéricos. O primeiro grupo é caracterizados pelo predomínio de feições de dissolução; no segundo tipo predomina as formas de fraturamento decorrentes de caos de blocos. No terceiro grupo destacam-se os inselbergues dômicos afetados pelo metamorfismo de contato. C) Os inselbergues dispostos entre os municípios de Quixadá e Quixeramobim ocorrem sobre dois corpos plutônicos homônimos (ao Norte o Plúton de Quixadá e o Plúton de Quixeramobim, ao Sul). Ambos os batólitos no Ceará pertencem à Suíte Intrusiva Itaporanga e estão orientados no sentido NE/SW, o que evidencia atuação de esforços distensivos associados às zonas de cisalhamento existentes na área. D) A gênese dos campos de inselbergues está relacionada à ocorrência de uma rede de falhas geológicas associada à evidência de rochas intrusivas, que foram exumadas em condições de alternância entre climas úmidos e secos. Estes relevos podem se dispor na paisagem de forma maciça (dômica) e/ou apresentar microformas como caneluras, tafonis, boulders e caos de blocos. São importantes elementos culturais e da geodiversidade do semiárido.
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Seguindo esta perspectiva, o autor afirma que, baseado nas análises legislativas, a maioria dos bairros atuais não tiveram a participação dos moradores em sua denominação, mostrando aspectos políticos e discursivos no ato de nomear um local no município, e de certa forma, no Estado como um todo. FONTE: DIAS, Antonio Bruno Sales. Discurso e poder nas denominações de bairros de Fortaleza. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2017. Disponível em: Nicolas. Fortaleza pode ter primeiro bairro com nome de mulher. A partir das informações, escolha uma das opções a seguir: A) O processo de denominação do bairro do Dendê, localizado nas proximidades do bairro Itaperi, não toma por base acontecimentos históricos e sociais localizados. Há, na verdade, a emancipação de um debate puramente político que realiza uma “disputa de narrativas” acerca de quem é suficientemente importante que, no contexto sociopolítico, possa ser eternamente honrado nominando um espaço da cidade. Com a ascensão do feminismo, emergiu o nome da maior escritora cearense para ser homenageada. B) Rachel de Queiroz, nascida em Quixadá, no sertão cearense, teve engajamento e ascensão social na capital e, também, no Rio de Janeiro. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL) e ter obras primas consagradas nacional e internacionalmente, como “O Quinze” e “Memorial de Maria Moura”. C) O processo de denominação dos bairros passou por diversas mudanças nos últimos quarenta anos. Da proibição de homenagem a qualquer personalidade pública, a lei foi se alterando para adequar as homenagens aos entes que, política ou economicamente, tiveram peso para o desenvolvimento da cidade, como no caso do bairro em homenagem a Edson Queiroz. D) Um aspecto essencial para entender a lógica de como dar nome às coisas pode dizer algo sobre as dinâmicas sociais, culturais e das representações sobre quem pode ou não ser homenageado(a) com nome de bairro. A maioria das homenagens não deixa de fazer parte da elite fortalezense, demonstrando que a participação popular em eleger os nomes das lideranças locais é relegada à mera formalidade casual, sendo atropelada por reivindicações verticais impostas pelo poder público
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