Leia o trecho do texto a seguir: “A noção de espaço, estreitamente ligada à de tempo, acompanha-lhe de perto o desenvolvimento dentro da novela. Como esta se organiza em torno de peripécias que se sucedem ininterruptamente, cria-se um dinamismo acelerado à semelhança da pressa no rodar alguns filmes do cinema mudo. As graças de Carlitos acentuavam-se mercê da precipitação no ato de exibi-las. Ora, essas características implicam, necessariamente, ausência de unidade espacial. Às personagens aborrece ficar num único lugar, e volta e meia procuram, no deslocamento físico, pôr cobro à angústia em que vivem. Por isso, o novelista é dono absoluto da geografia ficcional, e pode conduzir as personagens, ou deixar que elas o façam, para pontos distantes e variados. Uma espécie de absurda noção de geografia se impõe, porquanto o transporte se opera fora de qualquer obediência às leis da verossimilhança: no lapso de tempo que mal daria para realizar atos corriqueiros, a personagem transfere-se para lugares longínquos e de acesso difícil. Entende-se logo que o processo visa a atender ao gosto imaginativo do leitor médio, sequioso por contemplar paisagens fantásticas ou exóticas. Entretanto, algumas limitações podem nascer dessas particularidades da novela, pois, como o nascimento das personagens obedece ao desenrolar da ação, e tendo esta as características apontadas, certos lugares são apenas referidos e nada mais”. (Fonte: MOISÉS, Massaud. A criação literária: introdução à problemática da literatura. São Paulo: Melhoramentos, 1973, p.162).
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Uma das concepções de linguagem existentes é a que entende a língua como expressão do pensamento, ou seja, saber pensar é requisito básico para saber expressar-se, seja por escrito, seja oralmente. Desse modo, cada indivíduo é responsável por espelhar seu pensamento por meio da linguagem. Aliado a essa concepção, encontramos o entendimento de que aprender as regras gramaticais é essencial para a expressão do pensamento. Com isso, o aluno precisa pensar bem para expressar-se bem, mas só pode expressar-se bem se dominar as regras gramaticais. Nesse processo, a comunicação é totalmente dependente de cada indivíduo, da forma como cada um pensa, da forma como consegue se expressar e do seu conhecimento gramatical.Comparando a concepção descrita com o que encontramos na BNCC para a área de Linguagens e suas Tecnologias, podemos concluir que o entendimento da língua como expressão do pensamentoAlternativas:a)está em total consonância com a abordagem dada pela BNCC, visto que uma das premissas previstas é de que a língua é a base para que a comunicação ocorra de forma efetiva.b)não se contrapõe totalmente à concepção adotada na BNCC, visto que ter domínio das regras gramaticais é um dos focos dados pelo documento ao ensino/aprendizagem de língua na escola.c)não condiz com a concepção de língua privilegiada pela BNCC, que sugere que o foco do ensino considere uma perspectiva enunciativo-discursiva que tenha o texto como foco do trabalho, apontando para uma concepção da língua em uso.d)está em total desacordo com a BNCC, porque a concepção de língua adotada neste documento entende que os aspectos gramaticais não precisam ser trabalhados no ensino básico com os alunos.e)não atende às orientações encontradas na BNCC, visto que esta não está preocupada com o funcionamento da língua para a comunicação concreta, preocupando-se mais com o viés literário e com o purismo linguístico encontrado em textos que circulam em situações comunicativas específicas.
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