ta publicação destina-se a divulgar junto de potenciais utilizadores (organismos da administração central, autarquias, empresas e público em geral), os conhecimentos que se podem extrair das Cartas Geológicas e as suas múltiplas aplicações.
Tem, pois, como objectivo, dar resposta às questões seguintes:
- o que são as Cartas Geológicas ?
- como se fazem ?
- para que servem ?
Pretende-se, ainda, facilitar aos utentes menos familiarizados com a terminologia geológica, a leitura e interpretação da grande quantidade de informação que contêm. Com este propósito, são facultadas algumas noções básicas de Cartografia e de Geologia, incluindo-se, no final, um pequeno glossário dos termos geológicos mais correntes.
Apresenta-se, também, uma listagem das Cartas Geológicas publicadas, bem como os locais onde podem ser adquiridas.
2. Resumo Histórico da Cartografia Geológica de Portugal
Nos meados do séc. XIX inicia-se o desenvolvimento da cartografia geológica do nosso País.
Carta arredores de Lisboa por Daniel Sharpe (1841)
As primeiras cartas geológicas, bastante deficientes, complementavam estudos mineiros ou regionais. Em 1841, o geólogo inglês Daniel Sharpe, num estudo intitulado "The Geology of neighbourhood of Lisbon", acompanha este trabalho com a primeira carta dos arredores de Lisboa e, em 1849, num estudo idêntico, publica a primeira carta dos arredores do Porto.
Por outro lado, em 1848, José P. Rebelo de Andrade, apercebendo-se da importância da relação "qualidade dos solos" - "qualidade do vinho do Porto", apresenta, no seu estudo do "Distrito Vinhateiro do Alto Douro", um esboço geológico daquela região.
Pode dizer-se que o nascimento da instituição que dedicou aos estudos geológicos de Portugal e que ao longo dos tempos, foi tendo várias designações nomeadamente "Comissão Geológica", "Comissão Geológica do Reino", "Comissão Geológica de Portugal", "Comissão dos Trabalhos Geológicos" "Direcção dos Trabalhos Geológicos", "Direcção dos Serviços Geológicos", "Serviços Geológicos de Portugal", derivou da Portaria de 16 de Outubro de 1848 que encarregou a Academia das Ciências de Lisboa de nomear uma Comissão destinada a avaliar uma proposta de Charles Bonnet, para a realização daqueles estudos. Esta proposta teve parecer favorável, pelo que, em 21 de Dezembro de 1848 um Decreto do Duque de Saldanha instituiu uma "Comissão Geológica" que deveria começar a funcionar a partir de 1 de Fevereiro de 1849. Para presidir a este organismo, que correspondeu a um dos primeiros Serviços Geológicos instituídos no mundo, foi nomeado C. Bonnet.
Carlos Ribeiro (1813-1882)
Em 1852, C. Bonnet apresenta o original da carta geográfica do Alentejo e Algarve, na escala 1: 833 333, que viria a servir de base a Carlos Ribeiro para o traçado da primeira carta geológica do Alentejo.
Da colaboração de Carlos Ribeiro com o seu mestre Daniel Sharpe a estratigrafia portuguesa recebe o primeiro e grande impulso. Estes dois autores - considerados os fundadores da geologia portuguesa - ao traçarem os limites das formações geológicas conhecidas à data, sobre uma "Minuta de uma carta do Reino de Portugal para a defesa geral do dito Reino", na escala aproximada 1:750 000, elaborada por J. M. das Neves Costa (1840), deram uma visão global dos diferentes conjuntos rochosos em que o país assentava. Esta carta nunca foi impressa, mas serviu de base para a "Carte Géologique de l' Espagne et du Portugal, na esc. 1:500 000, da autoria de Verneuil e Collomb, cuja 1.ª edição data de 1864, e uma 2.ª edição, de 186
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ta publicação destina-se a divulgar junto de potenciais utilizadores (organismos da administração central, autarquias, empresas e público em geral), os conhecimentos que se podem extrair das Cartas Geológicas e as suas múltiplas aplicações.
Tem, pois, como objectivo, dar resposta às questões seguintes:
- o que são as Cartas Geológicas ?
- como se fazem ?
- para que servem ?
Pretende-se, ainda, facilitar aos utentes menos familiarizados com a terminologia geológica, a leitura e interpretação da grande quantidade de informação que contêm. Com este propósito, são facultadas algumas noções básicas de Cartografia e de Geologia, incluindo-se, no final, um pequeno glossário dos termos geológicos mais correntes.
Apresenta-se, também, uma listagem das Cartas Geológicas publicadas, bem como os locais onde podem ser adquiridas.
Nos meados do séc. XIX inicia-se o desenvolvimento da cartografia geológica do nosso País.
Carta arredores de Lisboa
por Daniel Sharpe (1841)
As primeiras cartas geológicas, bastante deficientes, complementavam estudos mineiros ou regionais. Em 1841, o geólogo inglês Daniel Sharpe, num estudo intitulado "The Geology of neighbourhood of Lisbon", acompanha este trabalho com a primeira carta dos arredores de Lisboa e, em 1849, num estudo idêntico, publica a primeira carta dos arredores do Porto.
Por outro lado, em 1848, José P. Rebelo de Andrade, apercebendo-se da importância da relação "qualidade dos solos" - "qualidade do vinho do Porto", apresenta, no seu estudo do "Distrito Vinhateiro do Alto Douro", um esboço geológico daquela região.
Pode dizer-se que o nascimento da instituição que dedicou aos estudos geológicos de Portugal e que ao longo dos tempos, foi tendo várias designações nomeadamente "Comissão Geológica", "Comissão Geológica do Reino", "Comissão Geológica de Portugal", "Comissão dos Trabalhos Geológicos" "Direcção dos Trabalhos Geológicos", "Direcção dos Serviços Geológicos", "Serviços Geológicos de Portugal", derivou da Portaria de 16 de Outubro de 1848 que encarregou a Academia das Ciências de Lisboa de nomear uma Comissão destinada a avaliar uma proposta de Charles Bonnet, para a realização daqueles estudos. Esta proposta teve parecer favorável, pelo que, em 21 de Dezembro de 1848 um Decreto do Duque de Saldanha instituiu uma "Comissão Geológica" que deveria começar a funcionar a partir de 1 de Fevereiro de 1849. Para presidir a este organismo, que correspondeu a um dos primeiros Serviços Geológicos instituídos no mundo, foi nomeado C. Bonnet.
Carlos Ribeiro
(1813-1882)
Em 1852, C. Bonnet apresenta o original da carta geográfica do Alentejo e Algarve, na escala 1: 833 333, que viria a servir de base a Carlos Ribeiro para o traçado da primeira carta geológica do Alentejo.
Da colaboração de Carlos Ribeiro com o seu mestre Daniel Sharpe a estratigrafia portuguesa recebe o primeiro e grande impulso. Estes dois autores - considerados os fundadores da geologia portuguesa - ao traçarem os limites das formações geológicas conhecidas à data, sobre uma "Minuta de uma carta do Reino de Portugal para a defesa geral do dito Reino", na escala aproximada 1:750 000, elaborada por J. M. das Neves Costa (1840), deram uma visão global dos diferentes conjuntos rochosos em que o país assentava. Esta carta nunca foi impressa, mas serviu de base para a "Carte Géologique de l' Espagne et du Portugal, na esc. 1:500 000, da autoria de Verneuil e Collomb, cuja 1.ª edição data de 1864, e uma 2.ª edição, de 186