A criação de bovinos na colônia portuguesa da América tinha por objetivo auxiliar no trabalho nos engenhos de açúcar, mas, com o crescimento do número de animais, estes passaram a destruir plantações de cana de açúcar (haja vista que não era tão comum a presença de cercas nas grandes áreas que formação as fazendas).
Em razão do lucro astronômico com o açúcar e a importância desse produto em termos de impostos e da própria continuidade do processo colonizador / invasor português, as autoridades estabeleceram decretos que proibiam a criação de gado nas regiões litorâneas, o que impulsionou a colonização do interior do Brasil, inclusive do sertão nordestino.
Nesse sentido, a criação de bois e vacas nos estados nordestinos alcançava no século XVII mais de 600 mil animais. Ao contrário do uso da mão de obra escrava predominante na monocultura da cana, a pecuária colonial, geralmente, empregava trabalhadores livres, com o pagamento sendo feito com os filhotes, o que permitia a mobilidade social, com o vaqueiro se tornando dono do próprio rebanho. Além disso, havia o comércio de equinos e muares para o transporte, fortalecendo a atividade pecuária como voltada ao mercado interno, ao invés do modelo exportador que predominava na agricultura.
Nesse sentido, as diferenças principais entre a pecuária colonial e a de hoje são:
1) O gado era criado solto, sem estábulos, silagem ou melhoria dos pasto, com queimadas periódicas para melhorar a qualidade do capim. Hoje, os animais recebem uma série de cuidados em termos de vacinação, higiene, controle dos cruzamentos, um pasto plantado com variedades específicas de capim, bem como manejos que evitam ou buscam evitar o desgaste do solo e a erosão;
2) A pecuária, na época colonial, era voltada ao mercado interno. Desde 2008, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com um crescimento de mais de 637% a partir de 2000;
3) Ao contrário da época colonial, no qual o nordeste se destacava enquanto a maior região produtora de carne, hoje a produção é liderada por São Paulo, que sozinho, exporta mais de 30% de toda a carne exportada pelo Brasil, seguido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia;
4) Outro aspecto importante está na seleção das raças de gado, procurando obter a maior produção de leite e de carne possível, utilizando técnicas modernas como a clonagem e a inseminação artificial;
5) Os trabalhadores das fazendas, ao contrário da época colonial, são assalariados, com os direitos trabalhistas, em geral, respeitados;
6) Atualmente, não há uma restrição que impeça a criação de gado em zonas litorâneas, como ocorria na época da colônia.
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Estimada Sara,A criação de bovinos na colônia portuguesa da América tinha por objetivo auxiliar no trabalho nos engenhos de açúcar, mas, com o crescimento do número de animais, estes passaram a destruir plantações de cana de açúcar (haja vista que não era tão comum a presença de cercas nas grandes áreas que formação as fazendas).
Em razão do lucro astronômico com o açúcar e a importância desse produto em termos de impostos e da própria continuidade do processo colonizador / invasor português, as autoridades estabeleceram decretos que proibiam a criação de gado nas regiões litorâneas, o que impulsionou a colonização do interior do Brasil, inclusive do sertão nordestino.
Nesse sentido, a criação de bois e vacas nos estados nordestinos alcançava no século XVII mais de 600 mil animais. Ao contrário do uso da mão de obra escrava predominante na monocultura da cana, a pecuária colonial, geralmente, empregava trabalhadores livres, com o pagamento sendo feito com os filhotes, o que permitia a mobilidade social, com o vaqueiro se tornando dono do próprio rebanho. Além disso, havia o comércio de equinos e muares para o transporte, fortalecendo a atividade pecuária como voltada ao mercado interno, ao invés do modelo exportador que predominava na agricultura.
Nesse sentido, as diferenças principais entre a pecuária colonial e a de hoje são:
1) O gado era criado solto, sem estábulos, silagem ou melhoria dos pasto, com queimadas periódicas para melhorar a qualidade do capim. Hoje, os animais recebem uma série de cuidados em termos de vacinação, higiene, controle dos cruzamentos, um pasto plantado com variedades específicas de capim, bem como manejos que evitam ou buscam evitar o desgaste do solo e a erosão;
2) A pecuária, na época colonial, era voltada ao mercado interno. Desde 2008, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com um crescimento de mais de 637% a partir de 2000;
3) Ao contrário da época colonial, no qual o nordeste se destacava enquanto a maior região produtora de carne, hoje a produção é liderada por São Paulo, que sozinho, exporta mais de 30% de toda a carne exportada pelo Brasil, seguido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia;
4) Outro aspecto importante está na seleção das raças de gado, procurando obter a maior produção de leite e de carne possível, utilizando técnicas modernas como a clonagem e a inseminação artificial;
5) Os trabalhadores das fazendas, ao contrário da época colonial, são assalariados, com os direitos trabalhistas, em geral, respeitados;
6) Atualmente, não há uma restrição que impeça a criação de gado em zonas litorâneas, como ocorria na época da colônia.