A divulgação da crise humanitária na terra indígena Yanomami, em Roraima, estado da Região Norte do Brasil, após visita de integrantes do Governo Federal à região, ilustra o papel fundamental do Estado e das ações de saúde pública na sobrevivência dos povos originários.
A invasão das terras indígenas por garimpeiros e a matança de seus ocupantes não é novidade. O que há de novo é a mudança de postura da administração do país, que se mostra disposta a coibir o garimpo ilegal como principal forma de frear a mortandade dos Yanomami por doenças e assassinatos e de se fazer presente com médicos e instalações de saúde nas localidades mais remotas.
Há décadas estudiosos registram iniciativas de defesa dos povos indígenas por parte daqueles que se empenham em mudar essa realidade, mesmo sem apoio da esfera governamental. Foi o caso do médico Noel Nutels, cuja trajetória foi analisada pelo pesquisador do Observatório de História e Saúde (OHS) da Fiocruz Carlos Henrique Paiva.
Paiva escreveu o artigo “A saúde pública em tempos de burocratização: o caso do médico Noel Nutels” (2003). O pesquisador mostra no texto a dificuldade na implementação das políticas públicas a partir dos anos 1930, em função de uma crescente burocracia estatal, principalmente durante o governo Getúlio Vargas.
No entanto, o trabalho de Noel Nutels com os indígenas teve início mesmo nesse contexto, quando decidiu participar da Expedição Roncador-Xingu, em 1943. A expedição, organizada no período da Segunda Guerra Mundial, tinha como objetivo desbravar o interior e preencher os vazios do país, ligando-o de norte a sul. Dela resultou, em 1946, a criação do Parque Indígena do Xingu, oficializada em 1961.
Cabia inicialmente aos membros da expedição criar campos de pousos aéreos que permitissem a construção de uma rota que ligasse o sul ao norte pelo interior do continente. Nutels foi nomeado médico da Expedição em 1949, mesmo ano em que os irmãos Villas-Bôas passaram a liderar a Expedição e estabeleceram contato amistoso com os povos indígenas, que sofriam por epidemias e alta mortalidade infantil.
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A divulgação da crise humanitária na terra indígena Yanomami, em Roraima, estado da Região Norte do Brasil, após visita de integrantes do Governo Federal à região, ilustra o papel fundamental do Estado e das ações de saúde pública na sobrevivência dos povos originários.
A invasão das terras indígenas por garimpeiros e a matança de seus ocupantes não é novidade. O que há de novo é a mudança de postura da administração do país, que se mostra disposta a coibir o garimpo ilegal como principal forma de frear a mortandade dos Yanomami por doenças e assassinatos e de se fazer presente com médicos e instalações de saúde nas localidades mais remotas.
Há décadas estudiosos registram iniciativas de defesa dos povos indígenas por parte daqueles que se empenham em mudar essa realidade, mesmo sem apoio da esfera governamental. Foi o caso do médico Noel Nutels, cuja trajetória foi analisada pelo pesquisador do Observatório de História e Saúde (OHS) da Fiocruz Carlos Henrique Paiva.
Paiva escreveu o artigo “A saúde pública em tempos de burocratização: o caso do médico Noel Nutels” (2003). O pesquisador mostra no texto a dificuldade na implementação das políticas públicas a partir dos anos 1930, em função de uma crescente burocracia estatal, principalmente durante o governo Getúlio Vargas.
No entanto, o trabalho de Noel Nutels com os indígenas teve início mesmo nesse contexto, quando decidiu participar da Expedição Roncador-Xingu, em 1943. A expedição, organizada no período da Segunda Guerra Mundial, tinha como objetivo desbravar o interior e preencher os vazios do país, ligando-o de norte a sul. Dela resultou, em 1946, a criação do Parque Indígena do Xingu, oficializada em 1961.
Cabia inicialmente aos membros da expedição criar campos de pousos aéreos que permitissem a construção de uma rota que ligasse o sul ao norte pelo interior do continente. Nutels foi nomeado médico da Expedição em 1949, mesmo ano em que os irmãos Villas-Bôas passaram a liderar a Expedição e estabeleceram contato amistoso com os povos indígenas, que sofriam por epidemias e alta mortalidade infantil.
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=D