O Brasil tem acompanhado perplexo o desenrolar da crise humanitária do Povo Yanomami em Roraima, onde foi declarado estado de emergência de saúde pública no dia 20 de janeiro. Mais de mil pessoas indígenas foram resgatados em estado grave saúde. Segundo levantamento do site Sumaúma, nos últimos quatro anos, 570 crianças da etnia morreram de causas evitáveis.
Mas a realidade do povo Yanomami não deveria ter pego a sociedade de surpresa, tendo em vista os inúmeros alertas.
“Há 10 anos esse quadro era inimaginável”
Corrado Dalmonego é integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e há 15 anos atua junto aos Yanomami. Há uma década, garante, o quadro observado hoje era inimaginável.
“Houve denúncias em todas as instâncias dos três poderes da União e internacionais. Hoje todo mundo sabe disso, mas não deram atenção.”
Segundo Dalmonego, a crise é provocada pela invasão do garimpo ilegal e pela desassistência sanitária. Embora a terra indígena Yanomami tenha sido demarcada em 1992, alguns grupos de garimpeiros permaneceram atuando em certas regiões.
Contudo, explica, desde 2015 e sobretudo nos últimos quatro anos houve um aumento exponencial da invasão devido ao aumento do preço do ouro, investimentos internacionais, envolvimentos de líderes locais e incentivos de políticos à exploração.
“Deixamos o povo Yanomami conviver com o pior lado da nossa sociedade”, lamenta.
Hoje, se estima a presença de 20 mil garimpeiros ilegais na terra Yanomami. O desafio para prestar assistência é a logística grande e cara, explica o associado fundador da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), José Augusto Sampaio. Principalmente considerando que o acesso ao território só é possível por via aérea.
“As verbas para saúde indígena foram cortadas. Das pistas de pouso usadas para assistir os Yanomami, oito foram tomadas pelo garimpo. Nesses quatro anos foram compiladas 21 denúncias formais a órgãos internacionais.”
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O Brasil tem acompanhado perplexo o desenrolar da crise humanitária do Povo Yanomami em Roraima, onde foi declarado estado de emergência de saúde pública no dia 20 de janeiro. Mais de mil pessoas indígenas foram resgatados em estado grave saúde. Segundo levantamento do site Sumaúma, nos últimos quatro anos, 570 crianças da etnia morreram de causas evitáveis.
Mas a realidade do povo Yanomami não deveria ter pego a sociedade de surpresa, tendo em vista os inúmeros alertas.
“Há 10 anos esse quadro era inimaginável”
Corrado Dalmonego é integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e há 15 anos atua junto aos Yanomami. Há uma década, garante, o quadro observado hoje era inimaginável.
“Houve denúncias em todas as instâncias dos três poderes da União e internacionais. Hoje todo mundo sabe disso, mas não deram atenção.”
Segundo Dalmonego, a crise é provocada pela invasão do garimpo ilegal e pela desassistência sanitária. Embora a terra indígena Yanomami tenha sido demarcada em 1992, alguns grupos de garimpeiros permaneceram atuando em certas regiões.
Contudo, explica, desde 2015 e sobretudo nos últimos quatro anos houve um aumento exponencial da invasão devido ao aumento do preço do ouro, investimentos internacionais, envolvimentos de líderes locais e incentivos de políticos à exploração.
“Deixamos o povo Yanomami conviver com o pior lado da nossa sociedade”, lamenta.
Hoje, se estima a presença de 20 mil garimpeiros ilegais na terra Yanomami. O desafio para prestar assistência é a logística grande e cara, explica o associado fundador da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), José Augusto Sampaio. Principalmente considerando que o acesso ao território só é possível por via aérea.
“As verbas para saúde indígena foram cortadas. Das pistas de pouso usadas para assistir os Yanomami, oito foram tomadas pelo garimpo. Nesses quatro anos foram compiladas 21 denúncias formais a órgãos internacionais.”