Leia a Crônica a seguir e responda as quatro perguntas:

Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto. Na verdade, eu deveria conversar a respeito com Rubem Braga, que foi o inventor da crônica. Mas quero ver se consigo tatear sozinha no assunto e ver se chego a entender. Crônica é um relato? É uma conversa? É o resumo de um estado de espirito? Não sei, pois, antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romarices e contos. Quando combinei com o jornal escrever aqui aos sábados, logo em seguida morri de medo. Um amigo que tem voz forte, convincente e carinhosa, praticamente intimou-me a não ter medo. Disse: escreva qualquer coisa que lhe passe pela cabeça, mesmo tolice, porque coisas sérias você já escreveu, e todos os seus leitores hão de entender que sua crònica semanal é um modo honesto de ganhar dinheiro. No entanto, por uma questão de honestidade para com o jornal, que é bom, eu não quis escrever tolices. As que escrevi, e imagino quantas, foi sem perceber. E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, la me tornando pessoal demais, correndo o risco daqui em breve de publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa note: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que então viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isto é uma coluna ou uma crónica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente. E acho mesmo que vou ter uma conversa com Rubem Braga porque sozinha não consegui entender.

1. Ao lê-se a narrativa de Clarice Lispector acima, percebe-se que a autora:

a) escreve um conto, no qual ela faz uma reflexão sobre a sua atuação como cronista e sobre as características do gênero em questão;
b) faz, na narrativa acima, uma crítica aos atores que não se definem enquanto cronistas;
c) elabora uma crônica, na qual ela faz uma reflexão sobre a sua atuação como cronista e sobre as características do gênero em questão;
d) define, somente, o que significa "ser cronista" como o próprio título diz;
e) apresenta, apenas, de modo sucinto, as características do gênero crônica.

2. Tendo em vista o contexto no qual aparece, o verbo "tatear", presente na terceira linha, do primeiro parágrafo, da crônica Ser cronista, de Clarice Lispector, pode ser substituído, sem que mude o sentido do texto, por:

a) debruçar-me.
b) apalpar;
c) abraçar;
d) compreender;
e) buscar.

3. A palavra "mas", presente na primeira linha do texto em questão, classifica-se, morfologicamente, como:

a) pronome;
b) verbo;
c) preposição;
d) conjunção;
e) adjetivo.

4.As interrogações utilizadas no período "Mas mudar só porque isto é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura?" dão origem a:

a) perguntas retóricas, cuja função é fazer com que o leitor reflita sobre o assunto, sem ser respondida, necessariamente, ao longo do texto;
b) questionamentos norteadores, que devem ser respondidos ao longo do texto;
c) questionamentos norteadores que não precisam, necessariamente, de uma resposta objetiva;
d) perguntas diretas que devem ser respondidas sem arrodeios;
e) questionamentos retóricos que precisam ser respondidos para que o leitor entenda.
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