O massacre de Canudos foi revelador da enorme distância entre as intenções do novo governo republicano e a realidade em que vivia a imensa maioria dos brasileiros.
Canudos, uma pequena vila no interior da Bahia, tornara-se o refúgio de um pregador carismático, Antônio Conselheiro.
Circulando desde a década de 1870 pelo sertão do Nordeste, rezando, pregando e dirigindo mutirões para consertar igrejas e cemitérios, atraiu uma multidão de fiéis que, em 1893, se assentou no vilarejo, que logo tornou-se cidade, batizada de Belo Monte.
Em pouco mais de dois anos, cerca de 20 mil desafortunados de todo o tipo passaram a viver no local, cultivando terras comunitárias e aguardando a nova vida anunciada pelo Conselheiro”.
(CALDEIRA, Jorge. [et al.]História do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 240).
A partir do texto é INCORRETO afirmar:
(A) Canudos foi a expressão de que o regime republicano brasileiro, em seu início, não foi compreendido pela maioria da população brasileira.
(B) Os seguidores de Antônio Conselheiro, amparando-se em questões que remetem ao campo religioso, constituíram uma teia de sociabilidade no interior nordestino.
(C) A questão religiosa serviu para apontar o descompasso entre a cultura sertaneja e o pensamento das elites que conduziam o nascente regime republicano de governo.
(D) Poucos foram os sertanejos a aderirem às pregações de Antônio Conselheiro, justamente porque suas idéias eram a favor do governo republicano.
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Quando criança, eu adorava acompanhar meu pai, que era Juiz de Paz da região, em suas andanças pelos sítios, fazendas e povoados, fazendo gambiras, politicando, ou até mesmo realizando casamentos. Sempre fui um apaixonado pela natureza. Aquela mata virgem verdinha, verdinha. O alvoroço da bicharada ao nascer do sol. A maravilhosa sinfonia executada pelos passarinhos, ao entardecer. As corredeiras dos pequenos ribeirões, contrárias ao cardume de piabas e lambaris saltitantes, no período da piracema. Naquele meu mundo, tudo me fascinava. Lembro-me de uma certa vez, em que eu o acompanhei numa viagem à fazenda do seu tio Teófilo, lá pelas bandas do Rio Claro, um dos mais famosos garimpos de diamante e ouro do Mato Grosso goiano. Como de sempre, ia conosco o negro Severino, homenzarrão de muita marca de bexiga na cara e de pouca vontade de conversar. Tinha chegado há muito tempo nessa região, vindo do norte de Goiás, mais precisamente das barrancas do rio Paranã, pois era descendente dos quilombolas, escravos que, na época do flagelo e da vergonha da escravatura, fugiam da Bahia e formavam comunidades no vasto e inexplorado sertão goiano. Odir Rocha, in Auscultando a VidaCom base na leitura, indique a alternativa INCORRETA: (A) Pela temática apresentada percebe-se que Odir Rocha é um escritor preocupado, principalmente, com os problemas psicológicos do homem, continuando assim, uma tradição ficcional iniciada no século anterior por autores como Clarice Lispector e Octávio de Faria. (B) O coloquialismo da linguagem utilizada pelo autor tem por finalidade aproximar o texto literário da vida cotidiana, conferindo-lhe um alto teor de realismo. (C) Odir Rocha se inscreve na prosa tocantinense como um autor memorialista, que trata com carinho as reminiscências do passado. (D) O autor demonstrou preocupação com as situações do homem comum, transformando-se em observador da paisagem natural e conhecedor da história local e da vida do interior.
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