O texto a seguir foi retirado da edição 187, da Revista Nova Escola (Nov. 2005), cujo título é: Terrário, um pedaço da natureza na sala de aula. Vamos ao texto:

Mal ficou pronto, o terrário montado na Escola Estadual Alfredo Paulino, em São Paulo, sofreu um suposto ato de vandalismo. O plástico transparente colocado sobre o recipiente de vidro que reproduz a vida natural no planeta apareceu furado. Os professores não repreenderam os alunos pela ação. Ao contrário, valorizaram o que foi, na verdade, a primeira intervenção da turma no experimento. O furo para a entrada de ar e água era a resposta prática da garotada a uma dúvida surgida durante a aula: será que as plantas e bichinhos como a minhoca, o tatu-bola e o caracol podem sobreviver em um ambiente fechado sem rega?
Seria menos trabalhoso relembrar em um esquema no quadro-negro como a água armazenada na terra se condensa e retorna em forma de chuva para ser novamente absorvida pelas plantas. Mas a equipe de professores optou por um caminho bem mais interessante. Os estudantes de 1ª a 4ª série compreenderam o funcionamento da natureza ao observar, dia a dia, a movimentação dos animais na terra e nas paredes do aquário, o crescimento das plantas e o ciclo da água.
O terrário permite explorar, desde as primeiras séries, os cinco passos de uma investigação científica: observação, registro, questionamento, experimentação e conclusão. É testando e comprovando que as crianças fazem ciência exatamente como os cientistas.
O trabalho da escola Alfredo Paulino faz parte do projeto ABC na Educação Científica Mão na Massa, realizado pela Estação Ciência, da Universidade de São Paulo (USP). Há quatro anos, professores de escolas públicas e particulares de seis estados São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Paraíba e Santa Catarina são capacitados para aproximar a ciência do universo infantil e de outras disciplinas, como Língua Portuguesa.
Mais que a importância de os alunos observarem e levantarem hipóteses, os professores aprenderam que discutir, argumentar, ler e escrever são atividades a ser exploradas nas aulas de Ciências. Como? Nas discussões para a resolução de uma situação-problema e nos registros do experimento, por exemplo. "A alfabetização científica deve ser prioridade de todo projeto pedagógico. Para que as crianças descubram o mundo ao seu redor, o ideal é que o primeiro contato com os conceitos naturais aconteça de maneira divertida, investigativa e planejada", explica Simone Falconi, da equipe do projeto Mão na Massa. Memorizar fatos isolados, fórmulas e termos técnicos, portanto, não funciona mais como estratégia de ensino. A garotada precisa de tempo e de oportunidade para observar, testar e trilhar caminhos errados.

De acordo com o texto lido, percebe-se que o projeto executado na escola vai de encontro a várias premissas dos conteúdos de Ciências Naturais a serem abordados no 1º ciclo, entre as quais:

Escolha uma:
a. Valorização da linguagem oral, das comparações, descrições e identificações simples, ao invés de pormenores formais e formulações científicas.
b. Valorização do uso de comparações científicas para a percepção de que os fenômenos biológicos só podem ser interpretados a partir de experimentos.
c. Valorização da linguagem científica como indicadora do desempenho dos alunos, que é medido pela forma como descrevem corretamente o experimento.
d. Valorização das atividades investigativas, que demonstram que o método científico é o caminho mais importante para o entendimento de Ciências.
Please enter comments
Please enter your name.
Please enter the correct email address.
You must agree before submitting.

Lista de comentários


Helpful Social

Copyright © 2024 ELIBRARY.TIPS - All rights reserved.