A coroa real portuguesa foi, até D.Sebastião, um simples aro de ouro, com florões; era a simples coroa de "duque" oriunda da primeira dinastia (Borgonha). A partir de D.Sebastião a coroa fecha-se com dois aros, transformando-se progressivamente numa coroa imperial que reflete as ambições do rei "Desejado".
Apesar de se conhecer, por descrições e iconografia, algo sobre as coroas anteriores a D.João IV, nenhuma delas chegou aos nossos dias. A interrupção da soberania nacional que representou a dinastia filipina, dando características próprias a um absolutismo português que sofreu oitenta anos de interregno, também dificultou a conservação dos símbolos reais especificamente portugueses.
A coroa que nos chegou até hoje foi mandada fazer no Brasil aquando da subida ao trono do Rei D.João VI. O guarda-jóias da Coroa - Visconde de Vila Nova da Rainha - pagou ao ourives António Gomes da Silva as peças necessárias encomendadas para a cerimónia de aclamação. Esteve presente nas cerimónias de juramento dos reis posteriores, surgindo em alguma iconografia de D.Maria II, D.Pedro V e D.Luís I. O facto de em iconografia dos últimos reis brigantinos surgirem outras coroas poderá ser atribuído à falta de fidelidade do pintor, preocupado em fazer ressaltar na coroa a simbologia real.A coroa tem uma característica ímpar em relação a outras Coroas europeias. De 1640-1910 não houve nenhuma coroação dos Monarcas Portugueses. Ela foi substituída por uma cerimónia chamada Aclamação,[2] onde o Soberano recebia, junto com a Coroa, as Regalias do Reino. Entretanto a Coroa ficava pousada ao seu lado (não na cabeça).
Esta tradição foi iniciada com a Restauração da Independência Portuguesa, em 1 de Dezembro de 1640, onde o rei D. João IV de Portugal depositou sua Coroa aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, e assim chamou-a de a verdadeira Rainha de Portugal. O rei D. João IV justificou assim sua decisão: me fez Deus mercê por sua intercessão, que tomasse posse da Coroa e Ceptro para governar estes meus reinos livres do pesado cativeiro de Castela
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A coroa real portuguesa foi, até D.Sebastião, um simples aro de ouro, com florões; era a simples coroa de "duque" oriunda da primeira dinastia (Borgonha). A partir de D.Sebastião a coroa fecha-se com dois aros, transformando-se progressivamente numa coroa imperial que reflete as ambições do rei "Desejado".
Apesar de se conhecer, por descrições e iconografia, algo sobre as coroas anteriores a D.João IV, nenhuma delas chegou aos nossos dias. A interrupção da soberania nacional que representou a dinastia filipina, dando características próprias a um absolutismo português que sofreu oitenta anos de interregno, também dificultou a conservação dos símbolos reais especificamente portugueses.
A coroa que nos chegou até hoje foi mandada fazer no Brasil aquando da subida ao trono do Rei D.João VI. O guarda-jóias da Coroa - Visconde de Vila Nova da Rainha - pagou ao ourives António Gomes da Silva as peças necessárias encomendadas para a cerimónia de aclamação. Esteve presente nas cerimónias de juramento dos reis posteriores, surgindo em alguma iconografia de D.Maria II, D.Pedro V e D.Luís I. O facto de em iconografia dos últimos reis brigantinos surgirem outras coroas poderá ser atribuído à falta de fidelidade do pintor, preocupado em fazer ressaltar na coroa a simbologia real.A coroa tem uma característica ímpar em relação a outras Coroas europeias. De 1640-1910 não houve nenhuma coroação dos Monarcas Portugueses. Ela foi substituída por uma cerimónia chamada Aclamação,[2] onde o Soberano recebia, junto com a Coroa, as Regalias do Reino. Entretanto a Coroa ficava pousada ao seu lado (não na cabeça).
Esta tradição foi iniciada com a Restauração da Independência Portuguesa, em 1 de Dezembro de 1640, onde o rei D. João IV de Portugal depositou sua Coroa aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, e assim chamou-a de a verdadeira Rainha de Portugal. O rei D. João IV justificou assim sua decisão: me fez Deus mercê por sua intercessão, que tomasse posse da Coroa e Ceptro para governar estes meus reinos livres do pesado cativeiro de Castela