A história se baseia no romance entre esses dois personagens e num possível romance entre Capitu e Escobar, melhor amigo de Bentinho. Este último é o narrador da história, portanto, tudo que sabemos deste triângulo amoroso é por sua visão. Esse fato faz com que não seja possível saber se a traição ocorreu ou não.
A desconfiança de Bentinho se inicia quando Escobar morre. No velório ele percebe que sua mulher não chora e desconfia que isso ocorresse por ela guardar um sentimento ainda maior pelo amigo e, por isso, escondesse as lágrimas. A partir desse momento começa a paranóia, ele percebe que seu filho é a cara de Escobar e que já havia encontrado o amigo e Capitu inúmeras vezes sozinhos em sua casa. Deste momento em diante o ciúme só cresce e tudo isso acabar por culminar na morte de Capitu.
O interessante da obra é sua capacidade de enganar. Segundo John Gledson “a capacidade de enganar, do romance, é extraordinariamente completa, como de fato está implícito em que a possível inocência de Capitu permaneceu virtualmente despercebida durante tanto tempo. Isto está presente tanto no nível geral do romance como nos graus mais humildes das orações, cuja a estrutura é mais complexa do que o leitor apressado, preguiçoso ou demasiadamente confiante possa imaginar”.
Nesse trecho Gledson explica que durante muito tempo a possibilidade de Capitu ser inocente permaneceu escondida, indecifrada. Isso porque se acreditava que o que estava escrito era o real e esqueciam que era apenas a visão de um dos personagens. A obra de Machado de Assis é genial justamente por ter essa capacidade de enganar contida em cada frase do romance.
Mas não é só em relação a possível traição de Capitu que se dá essa “enganação”. Durante todo o romance o narrador, Bentinho, também se engana. Procura argumentos para se ater na infidelidade de sua amada e acaba sendo iludido pelo próprio Machado de Assis.
Para este efeito o autor cria as fragmentações do livro propositadamente. Segundo Gledson, o ciúme de Bentinho já existia muito antes de seu amigo morrer. Portanto, apesar de ser inteligente e nos enganar, o narrador-personagem também é ludibriado pelo próprio autor.
Não por acaso Capitu é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Sua capacidade de confundir e nos fazer pensar faz com que tanto o romance seja reverenciado e seu autor, Machado de Assis seja considerado um gênio por toda essa capacidade e conhecimento humano.
Se for muito longo, tente destacar a parte mais importante, ou mais resumida. Espero ter ajudado! ^^
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A história se baseia no romance entre esses dois personagens e num possível romance entre Capitu e Escobar, melhor amigo de Bentinho. Este último é o narrador da história, portanto, tudo que sabemos deste triângulo amoroso é por sua visão. Esse fato faz com que não seja possível saber se a traição ocorreu ou não.
A desconfiança de Bentinho se inicia quando Escobar morre. No velório ele percebe que sua mulher não chora e desconfia que isso ocorresse por ela guardar um sentimento ainda maior pelo amigo e, por isso, escondesse as lágrimas. A partir desse momento começa a paranóia, ele percebe que seu filho é a cara de Escobar e que já havia encontrado o amigo e Capitu inúmeras vezes sozinhos em sua casa. Deste momento em diante o ciúme só cresce e tudo isso acabar por culminar na morte de Capitu.
O interessante da obra é sua capacidade de enganar. Segundo John Gledson “a capacidade de enganar, do romance, é extraordinariamente completa, como de fato está implícito em que a possível inocência de Capitu permaneceu virtualmente despercebida durante tanto tempo. Isto está presente tanto no nível geral do romance como nos graus mais humildes das orações, cuja a estrutura é mais complexa do que o leitor apressado, preguiçoso ou demasiadamente confiante possa imaginar”.
Nesse trecho Gledson explica que durante muito tempo a possibilidade de Capitu ser inocente permaneceu escondida, indecifrada. Isso porque se acreditava que o que estava escrito era o real e esqueciam que era apenas a visão de um dos personagens. A obra de Machado de Assis é genial justamente por ter essa capacidade de enganar contida em cada frase do romance.
Mas não é só em relação a possível traição de Capitu que se dá essa “enganação”. Durante todo o romance o narrador, Bentinho, também se engana. Procura argumentos para se ater na infidelidade de sua amada e acaba sendo iludido pelo próprio Machado de Assis.
Para este efeito o autor cria as fragmentações do livro propositadamente. Segundo Gledson, o ciúme de Bentinho já existia muito antes de seu amigo morrer. Portanto, apesar de ser inteligente e nos enganar, o narrador-personagem também é ludibriado pelo próprio autor.
Não por acaso Capitu é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Sua capacidade de confundir e nos fazer pensar faz com que tanto o romance seja reverenciado e seu autor, Machado de Assis seja considerado um gênio por toda essa capacidade e conhecimento humano.
Se for muito longo, tente destacar a parte mais importante, ou mais resumida. Espero ter ajudado! ^^